Onze distritos de Portugal Continental vão estar sob aviso amarelo a partir do início da tarde de quinta-feira, devido a aguaceiros fortes e trovoada, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) .
Em causa estão distritos do litoral, como Lisboa, Porto e Viana do Castelo, mas também do interior. Em Viseu e Vila Real, por exemplo, também há previsão de chuva forte e ocasionalmente de granizo.
A culpa é de uma depressão (DANA - depressão isolada em níveis altos, também designada por gota fria), que tem afetado algumas zonas de Portugal Continental e que pode ficar por cá durante o fim de semana, explicou à Renascença Pedro Sousa, do IPMA.
“O estado do tempo nos próximos dias é provocado por esta depressão que está situada neste momento a noroeste da Península Ibérica. Há trovoadas ao largo do continente, que se vão aproximando gradualmente e, portanto, a partir da manhã de amanhã e estendendo-se até sábado e, eventualmente, até domingo teremos uma situação de instabilidade com aguaceiros que podem ser por vezes fortes, acompanhados de trovoada e ocasionalmente até de granizo.”
Mas esta depressão, que vai continuar a marcar a meteorologia dos próximos dias, não “está sozinha”. Nos próximos dias, Portugal vai também ser alvo do efeito Fujiwhara.
O fenómeno meteorológico DANA, que coloquialmente é conhecido como "gota fria", trata-se de um acontecimento ocasional entre junho e outubro no Mediterrâneo.
E trata-se de uma depressão (ou tempestade) isolada em níveis atmosféricos elevados, formada por ar frio - uma depressão é uma área onde a pressão atmosférica é menor do que a do ar circundante e que pode gerar nebulosidade, chuva e ventos.
Esta depressão, que provocou chuva forte e granizo em algumas regiões portuguesas, vai interagir com ‘o que resta’ do furacão Franklin, dando lugar a uma ‘nova depressão’. A esta interação dá-se o nome de efeito Fujiwhara.
“Houve aqui a interação dos dois sistemas, sendo que, no fundo, um absorveu o outro. Portanto, já só temos um sistema resultante do que eram inicialmente dois ciclones distintos e agora acabam por resultar essencialmente num ciclone. Portanto, sim, aconteceu esse fenómeno [Fujiwhara], mas não é o fato deste ter acontecido que vai gerar o mau tempo. Na verdade, a depressão inicial que aqui estava, já era de instabilidade e de mau tempo”, explica Pedro Sousa.
Ou seja, este efeito regista-se quando uma tempestade mais forte “absorve” uma mais fraca. A depressão que afetou fortemente Espanha e que provocou chuvas no Norte de Portugal não desapareceu, mas “encontrou-se” com o furacão Franklin, que enfraqueceu e é agora uma depressão pós tropical, formando assim um único efeito meteorológico.