Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, disse esta segunda-feira que a falta de coordenação entre os Ministérios da Saúde e da Segurança Social durante a pandemia de Covid-19 terá provocado várias mortes que poderiam ter sido evitadas.
"Com certeza, muitos cidadãos tiveram uma morte mais prematura daquela que poderiam ter se houvesse uma conciliação entre os dois ministérios", afirmou Carlos Carreiras. "É uma dúvida que ficará para sempre e que hoje em dia não será possível esclarecer", acrescentou.
Em declarações na Conferência Inverno Demográfico em Portugal – O Papel da Imigração, organizada pela Renascença em parceria com a Câmara de Vila Nova de Gaia, Carlos Carreira defendeu ainda que, no município de Cascais, “foi necessário conciliar interesses que estavam no meio desses conflitos” institucionais.
Questionado pela Renascença sobre as declarações, Carreiras aponta como um dos exemplos o caso dos lares.
"Houve alguns lares em que se veio a descobrir mais tarde que eram ilegais e para além de serem ilegais, não tinham condições rigorosamente nenhumas. Era preciso salvaguardar os utentes desses lares, especialmente aqueles que estavam doentes", admite o autarca de Cascais.
Carlos Carreiras questiona, nestes casos, a origem da responsabilidade. "Quando entravam na área da doença, era quando se começava a complicar, porque de quem era a responsabilidade? Da Segurança Social, em encontrar um local que pudesse acolher [os doentes] ou do Ministério da Saúde, para lhes dar respostas do ponto vista hospitalar?".
Carlos Carreiras admite que muitos casos demoraram tempo demais a ser resolvido. "É um problema de organização do Estado", adiantou o autarca.