O adepto italiano que saltou das bancadas para invadir o relvado em que se disputava o Portugal-Uruguai envergando a bandeira do orgulho gay, na segunda-feira, foi deportado do Qatar.
Mario Ferri fora detido temporariamente pelas autoridades e foi de imediato proibido de voltar a entrar num estádio do Mundial.
O Comité Supremo do Qatar anunciou que o italiano "foi libertado pouco depois depois de ter retirado de campo".
O Hayya Card - visto atribuído a quem entrou no país para assistir à competição - foi revogado, pelo que "foi impedido de marcar presença em partidas futuras deste torneio".
"Escolhi o melhor cenário para enviar as mensagens. Quando me prenderam, o Infantino [presidente da FIFA], desceu e perguntou-me: 'porquê, porquê, porquê?'. Ele lembra-se de mim das outras invasões de campo em Mundiais (uma em 2010 e outra em 2014). Eu respondi: 'porque jogamos ao polícia e ao ladrão. Sou eu contra cinco mil'", afiançou Mario Ferri.
Na segunda parte do jogo que terminou com o triunfo de Portugal por 2-0, no Estádio Lusail, o ativista irrompeu pelo relvado com uma tripla mensagem: “Salvem a Ucrânia”, “Respeitem as mulheres iranianas” e uma bandeira multicolorida, em sinal de apoio à comunidade LGBTQIA+.
“A FIFA baniu as braçadeiras de capitão arco-íris e as bandeiras pelos direitos humanos das bancadas. Bloqueou toda a gente, mas não a mim, qual Robin dos Bosques”, regozijou-se o italiano, na sua conta de Instagram.
Ferri não é um novato nestas ações. Entre outras, no Mundial 2014, no Brasil, invadiu o campo durante a partida entre a Bélgica e os Estados Unidos da América, com duas mensagens escritas na t-shirt de Super-Homem: “Salvem as crianças das favelas” e “Ciro vive”, esta em homenagem ao adepto do Nápoles Ciro Esposito, que morreu baleado antes de um jogo.