As medidas de coação dos juízes desembargadores Rui Rangel e Fátima Galante, arguidos na Operação Lex, vão ser conhecidas na quarta-feira à tarde, disse esta sexta-feira o advogado do magistrado, João Nabais.
O advogado de Rui Rangel adiantou aos jornalistas que o Ministério Pública apresentou a sua proposta das medidas, que os advogados vão responder na segunda-feira.
Rui Rangel e Fátima Galante foram dispensados de estarem presentes no Supremo Tribunal de Justiça, onde na quinta-feira decorreu o primeiro interrogatório judicial, tendo os dois juízes ficado em silêncio.
À entrada do tribunal, o advogado de Fátima Galante, Paulo Sá e Cunha, já tinha avançado que as medidas de coação podiam não ser conhecidas esta sexta-feira, uma vez que, “tratando-se de arguidos não detidos, pode ser tomada no prazo de cinco dias.”
“Se a promoção for apresentada hoje, há cinco dias para o senhor juiz conselheiro, juiz de instrução neste processo, proferir a sua decisão", disse.
Os dois juízes desembargadores no Tribunal da Relação de Lisboa estão indiciados por corrupção/recebimento indevido de vantagens, branqueamento, tráfico de influência e fraude fiscal.
Tanto Rui Rangel como Fátima Galante foram suspensos preventivamente das suas funções pelo plenário do Conselho Superior da Magistratura, que também suspendeu a promoção ao Supremo Tribunal de Justiça de Fátima Galante
Além de Rui Rangel e de Fátima Galante, a Operação Lex tem pelo menos outros dez arguidos, entre os quais o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o vice-presidente do clube Fernando Tavares e o ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol João Rodrigues.
Cinco dos arguidos que se encontravam detidos já foram ouvidos no Supremo Tribunal de Justiça, tendo saído todos em liberdade, e um deles pagou uma caução de 25.000 euros.
Na operação, desencadeada a 30 de janeiro, foram realizadas 33 buscas, das quais 20 domiciliárias, nomeadamente ao Sport Lisboa e Benfica, às casas de Luís Filipe Vieira e dos dois juízes e a três escritórios de advogados.