O vereador da autarquia de Lisboa eleito pelo Bloco de Esquerda Ricardo Robles defendeu esta sexta-feira que nada fez de condenável e que não se demite na sequência da notícia de que comprou um prédio por 350 mil euros que esteve à venda por 5,7 milhões de euros.
Afirmou ainda que não se vai demitir e acusa o PSD, que pediu que abandonasse o cargo na Câmara, de “intoxicar a opinião pública”.
Robles acredita que nenhuma das ações que tomou seja condenável, e que o prédio comprado em Alfama era destinado à habitação. Mas que a vida pessoal da irmã, que vive na Bélgica e que já não regressará a Portugal, empurrou a família para a decisão de vender o imóvel. O prédio esteve à venda numa imobiliária até Abril deste ano. Não houve propostas e agora o bloquista diz que o prédio já não está a venda e que ele vai arrendar a sua parte no imóvel.
“Esta compra não foi uma operação especulativa”, defendeu. Ao mesmo tempo anunciou que está a decorrer o processo para tornar o prédio propriedade horizontal, para dividir as frações com a irmã. Ricardo Robles diz que ele não vai vender a casa.
“As minhas frações irão para o mercado de arrendamento. Não comprei este prédio para ter mais valias e não o farei”, explica.
Em relação à forma como os inquilinos que estavam no prédio foram tratados por ele enquanto proprietário, Robles repetiu os argumentos que já tinha publicada na página pessoal do facebook.
Robles defendeu ainda a total coerência entre o que defende politicamente e aquela que é a sua ação pessoal, e deu o exemplo de uma família a quem renovou o contrato por oito anos por um valor de 170 uros por mês. "Quantas pessoas o fazem no centro da cidade?", questionou.
“Não houve qualquer despejo e procedi de fora exemplar. Não há nada de reprovável na minha conduta”, explica. “Sou contra a expulsão de quem aqui habita”, acrescentou.
Em relação ao facto de ter colocado o prédio numa agência imobiliária que colocou um preço 16 vezes maiores do que o valor de aquisição à Segurança Social, Robles disse que fez o que todos os “proprietários fazem”.
O vereador da autarquia da capital disse que apresentou todas as informações à direção do Bloco de Esquerda antes de os tornar públicos, pelo que julga “que está tudo esclarecido”.