O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, condenou “firmemente”, esta quinta-feira, o ataque com uma faca que provocou três mortes numa igreja no centro de Nice, no sul de França.
“Condenamos firmemente o ataque terrorista de hoje em Nice. É preciso travar esse círculo vicioso que não para de se agravar, com discursos de ódio, provocações e violência. Haja racionalidade e bom senso. Devemos reconhecer que o radicalismo só gera mais radicalismo e que a paz não pode ser obtida com provocações feias”, escreveu Zarif na rede social Twitter
Três pessoas, entre elas duas mulheres, foram apunhaladas mortalmente esta quinta-feira de manhã por um jovem numa igreja no centro de Nice.
Em causa estão também as declarações do Presidente francês, Emmanuel Macron, que defendeu vigorosamente os valores laicos e do direito de se poder troçar da religião após um professor ter sido assassinado a 16 deste mês, perto de Paris, por ter apresentado caricaturas do profeta Maomé numa aula sobre liberdade de expressão.
As declarações de Macron desencadearam uma onda de manifestações na maioria dos países árabes e resultaram também num boicote à compra de produtos franceses.
Quarta-feira, o Presidente iraniano, Hassan Rohani, advertiu que insultar o profeta Maomé encoraja “a violência e a efusão de sangue”.
Conselho Europeu apela ao diálogo
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia condenaram hoje o ataque terrorista de Nice e apelaram “aos dirigentes do mundo inteiro” que trabalhem “no diálogo e compreensão entre as comunidades e religião, e não na divisão”.
Reunidos numa cimeira por videoconferência para discutir a resposta europeia à segunda vaga da pandemia da covid-19, os 27 adotaram no início dos trabalhos uma declaração conjunta, na qual condenam “nos termos mais veementes” o ataque no interior de uma igreja católica em Nice, sudeste de França, em que um homem armado com uma arma branca matou três pessoas.
“Nós, dirigentes europeus, estamos chocados e entristecidos com os ataques terroristas em França. Condenamos nos termos mais veementes estes ataques, que representam ataques aos nossos valores comuns”, começam por afirmar na declaração conjunta os membros do Conselho Europeu.
Os 27 dizem-se “unidos e firmes na solidariedade com França, o povo francês e o seu Governo” e “no combate comum e contínuo contra o terrorismo e extremismo violento”.
Os chefes de Estado e de Governo da UE, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, terminam a declaração com o apelo aos líderes mundiais no sentido de cultivarem o diálogo, "e não a divisão".