O ainda líder da Iniciativa Liberal sublinha que a atual instabilidade governativa dá razão ao partido, que já este ano apresentou uma moção de censura ao Governo.
À chegada à reunião magna, em Lisboa, João Cotrim de Figueiredo deixa críticas ao Executivo socialista e lembra polémicas. “Neste momento, os ministros que estão mais fragilizados são o da Defesa e o das Finanças. Portanto, é um nível de desagregação no Governo que me custa a entender como é que as pessoas não somam dois e dois e dizem: ‘Este Governo da forma que está, com as políticas erradas que aplica e, neste estado de desagregação, cada dia que passa é um dia que prejudica Portugal’.”
O presidente cessante da IL criticou a “certa leviandade” com que Pedro Nuno Santos reconheceu que sabia da indemnização da TAP a Alexandra Reis.
“Quando apresentámos a moção de censura no dia 5 de janeiro as pessoas acharam que estávamos a exagerar ao dizer que não era só uma questão de divergência política porque aquilo que o PS estava a fazer já era uma questão de saúde democrática de uma Governo que estava em desagregação. Quinze dias depois talvez as pessoas percebam melhor o que se está a passar”, disse aos jornalistas
Para o líder da IL, “não é o caso de Pedro Nuno Santos, que já saiu do Governo, e agora, com uma certa leviandade, diz que andou a ver mensagens e que agora é que se lembra de um pequeno pormenor de meio milhão de euros de indemnização que foi aprovada pelo Ministério das Infraestruturas”.
O líder cessante da IL considerou ainda que os liberais precisam “de um novo ímpeto" e de uma "estratégia mais abrangente e mais combativa”, garantindo que “a partir de segunda-feira há um só partido”.
“Temos sempre dado provas que somos capazes de nos unir à volta do que verdadeiramente interessa. Tenho a certeza que nos vamos conseguir unir. A partir de segunda-feira há um só partido sob a liderança de uma nova pessoa”, assegurou.
A VII Convenção da Iniciativa Liberal decorre entre hoje e domingo, no Centro de Congressos de Lisboa, e os cerca de 2.300 membros do partido inscritos na reunião magna vão eleger o sucessor de João Cotrim Figueiredo na liderança do partido, que nas últimas legislativas passou de um para oito deputados.
Na primeira convenção eletiva da história da IL (fundada em 2017), disputam a presidência da Comissão Executiva Rui Rocha e Carla Castro, ambos deputados e membros da direção cessante, e o conselheiro nacional José Cardoso.