"É mais prioritário vacinar grupos de risco do que bebés", defende imunologista
19-10-2022 - 22:15
 • João Malheiro

Miguel Prudêncio refere que as crianças não são "um grupo de risco acrescido" face à Covid-19. O especialista acredita que não é necessário uma vigilância epidemiológica focada na Covid-19, como em invernos anteriores.

O imunologista Miguel Prudêncio considera que, neste momento, é mais prioritário a vacinação de reforço contra a Covid-19 e a vacinação sazonal para os grupos de risco do que avançar para a vacinação de bebés a partir dos seis meses.

O regulador europeu deu esta quarta-feira "luz verde" à utilização a partir dos seis meses das vacinas anticovid da Pfizer e da Moderna, que se tornam as primeiras autorizadas para os menores de cinco anos na União Europeia.

Em reação, à Renascença, Miguel Prudêncio refere que esta faixa etária "não é um grupo de risco acrescido" face à Covid-19 e pede que o foco, em Portugal, se mantenha na vacinação das faixas etárias mais expostas à doença.

"Temos de garantir que, para os mais vulneráveis, nomeadamente as pessoas mais idosas e com comorbidades, procedam à vacinação sazonal ou a reforços vacinais", aponta.

Esta terça-feira, especialistas manifestaram, à Renascença, preocupação com a falta de vigilância da Covid-19, em Portugal.

O grupo de análises clínicas Germano de Sousa reconhece que houve uma queda abrupta nos testes PCR realizados à Covid-19 de cerca de 97%.

Em sentido contrário, Miguel Prudêncio acredita que a Covid-19 "é uma doença respiratória viral a par de outras" e que faz sentido "haver uma vigilância não centrada neste vírus, mas na generalidade dos que circulam entre a população".

"Julgo que neste momento estamos em condições de regressar à normalidade", conclui.