A reunião de coordenadores da comissão de finanças (COFMA) demorou mais de uma hora, mas segundo a presidente, Teresa Leal Coelho, houve consenso entre todas as bancadas parlamentares em fazer distribuir a todos os deputados da COFMA a documentação integral que o Banco de Portugal enviou para o parlamento, inclusive a lista dos grandes devedores da Caixa Geral de Depósitos.
Segundo Leal Coelho os documentos "amanhã serão distribuidos aos coordenadores dos cinco grupos parlamentares que têm assento na COFMA" e a informação "será gerida pelos coordenadores", garantindo que "todos os deputados da COFMA terão que ter acesso a esta informação, a toda a informação", ressalvando que "sem prejuízo de estarem ao abrigo de sigilo nalgumas matérias e até de responsabilidade criminal noutras matérias".
No final da reunião apenas Teresa Leal Coelho falou aos jornalistas e garantiu que a segurança dos documentos foi pensada e que os coordenadores terão precauções "naturalmente", garantindo que irá ser criado "um sistema que monitorize quem teve acesso" e que "os relatórios que serão distribuidos estarão marcados com marca de água".
A presidente da COFMA foi ainda questionada se toda a informação pedida pelo Parlamento ao Banco de Portugal foi entregue. Teresa Leal Coelho acha que sim, "segundo a informação prestada pelo Banco de Portugal terá chegado toda a informação, mas não foi possível analisar toda a informação", mostrando-se a deputada "sem condições para responder a essa pergunta". Leal Coelho julga "que sim, fazendo fé naquilo que foi transmitido" pelo supervisor.
Houve assim "consenso" entre os deputados-coordenadores para "dar garantias da máxima transparência nos termos da lei", explicando Leal Coelho que na sexta-feira há nova reunião da COFMA para "estabelecer os critérios que irão presidir à divulgação pública da informação" do relatório sobre os grandes devedores da Caixa, tendo sempre em conta "salvaguardar a recuperação de créditos pelo sistema financeiro".
Explicações da presidnete da COFMA em que foi possível perceber que já seguiu hoje mesmo uma carta do Presidente da Assembleia da República ao Banco de Portugal "fixando a interpretação que o Parlamento faz da lei e da importância da apresentação do relatório nos termos exactos que a lei estabelece com informação agregada".
Os deputados consideram que a informação ontem divulgada pelo supervisor sobre os grandes devedores não está completa e que "na sequência da interpretação autêntica feita pelo parlamento relativamente à lei seguiu uma carta para o Banco de Portugal", resumiu Teresa Leal Coelho.