O diretor de osbtetrícia do Hospital São Francisco Xavier (HSFX) admite, à Renascença, que o serviço pode fechar por alguns dias.
Adivinha-se um início de ano ainda mais complicado para as grávidas da região de Lisboa, pois o hospital São Francisco Xavier, para onde vão as mulheres seguidas no hospital de Santa Maria, não tem especialistas para manter o serviço aberto.
Enquanto duram as obras na maternidade do maior hospital do país, as equipas têm sido asseguradas por especialistas das duas unidades, mas Santa Maria nem sempre tem cumprido e agora decidiu que não vai cumprir o acordo e não escalou nenhum médico para janeiro.
Fernando Cirurgião, o diretor do serviço, fala numa decisão unilateral: "Ao longo destes últimos dois meses, notou-se que o apoio de Santa Maria, no que respeitava recursos humanos, foi ficando cada vez mais reduzido o que levou alguns encerramentos, e agora, pelo que parece, o hospital de Santa Maria decidiu unilateralmente que a partir de janeiro não irá escalar mais nenhum médico para o hospital de São Francisco Xavier”.
E assim, explica o obstetra, não há forma de garantir a resposta assistencial: “No caso do mês de Janeiro, são 31 dias com dois turnos , o que dá 62 turnos, o que significa que São Francisco Xavier tem metade e Santa Maria outros tantos, mas a poucos dias do início de Janeiro, deparamos com os turnos de Santa Maria sem nenhum médico, sem nenhum médico escalado por esses dias, o que quer dizer que é impossível, não só assegurar a capacidade assistencial ao exterior, mas também a própria capacidade de existencial interna”.
De acordo com o diretor de serviço de obstetrícia, “o corpo clínico do HSFX é composto por 12 especialistas, ao passo que o hospital de Santa Maria tem mais de trinta”.
Sem este apoio nem com recurso a prestadores de serviço, os chamados tarefeiros, vai ser possível manter as portas abertas todos os dias “Isto vai implicará encerramentos parcelares. Mas espero que sejam feitos de uma forma coordenada, para que não seja algo muito avulso que é o que menos interessa, quer nós como médicos, quer às próprias grávidas, que precisam de saber com o que podem contar”.
Fernando Cirurgião diz que ainda esperar informações da parte da Direção Executiva do SNS.
Contactado pela Renascença, o gabinete de Fernando Araújo ainda não deu qualquer explicação. Já o hospital de Santa Maria limita-se a dizer que não faz comentários ao plano “Nascer em segurança no SNS”.