O major Vasco Brazão, que alegadamente envolveu o ministro da Defesa no caso de Tancos, pode pedir a levantamento do segredo de justiça.
A possibilidade foi admitida esta quinta-feira por Ricardo Sá Fernandes, advogado do arguido no processo e ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar (PJM).
“Está previsto na lei que isso, em certas circunstâncias, possa ocorrer. Eventualmente, se isso for necessário, fá-lo-ei”, disse Ricardo Sá Fernandes, questionado pelos jornalistas.
Nestas declarações, o advogado não confirma nem desmente que o seu cliente tenha envolvido o ministro da Defesa no caso, como noticiou esta sexta-feira o jornal “Expresso”.
Ministro nega conhecimento de qualquer "encobrimento"
O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, negou esta quinta-feira, "categoricamente", ter tido conhecimento de qualquer "encobrimento" no caso da de recuperação do material militar furtado nos paióis em Tancos.
"Queria dizer categoricamente que é totalmente falso que eu tenha tido conhecimento de qualquer encobrimento neste processo. Não tive conhecimento de qualquer facto que me permitisse acreditar que terá havido um qualquer encobrimento na descoberta do material militar de Tancos", garantiu aos jornalistas em Bruxelas.
O Expresso noticiou hoje que o ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar, major Vasco Brazão, assegurou ao juiz de instrução do caso Tancos ter dado conhecimento a Azeredo Lopes da encenação montada na Chamusca mais de um mês após a recuperação do arsenal.
De acordo com fontes do processo, citadas pelo semanário na sua edição online, Vasco Brazão garantiu no tribunal ter entregue pessoalmente no final do ano um memorando com a explicação de toda a operação ao chefe de gabinete de Azeredo Lopes, acrescentando que o chefe de gabinete contactou telefonicamente o ministro, à frente dos dois militares da PJM, para o informar da situação.