O vice-presidente da bancada parlamentar do PS, Porfírio Silva, considera inaceitável que a Procuradoria Geral da República (PGR) tenha lançado uma suspeita sobre o primeiro-ministro sem explicar o que está em causa.
No programa Casa Comum, da Renascença, o deputado socialista apontou o dedo ao Ministério Público (MP).
“Se há alguma coisa com fundamento para inquirir o primeiro-ministro, não creio que a procuradora tivesse a obrigação de informar o primeiro-ministro. O que me parece inaceitável é que se lance uma suspeita, uma bomba sobre o principal responsável do Governo, sem dar uma indicação sobre o que se está a passar”, declarou Porfírio Silva.
Para o dirigente do PS, “o primeiro-ministro entendeu bem que não podia, por respeito às instituições, manter-se no lugar estando a PGR a dizer que ele era suspeito de alguma coisa”.
"Agora, eu acho que não entendeu bem quem achou que podia lançar essa suspeita sem explicar o que isso quer dizer”, criticou Porfírio Silva.
No programa Casa Comum, da Renascença, o social-democrata Pedro Duarte considera que o que está em causa não é parágrafo do comunicado do MP a dar conta que António Costa está a ser investigado pelo Supremo Tribunal.
“O que está em causa é que, ontem, todos nos apercebemos que havia uma investigação profunda que tocava no centro nevrálgico do Governo do PS”, sublinha Pedro Duarte.
No âmbito do caso do lítio, hidrogénio verde e dados há até agora sete arguidos, nomeadamente o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária; o ministro das Infraestruturas, João Galamba; e o consultor Lacerda Machado.
Pedro Duarte considera que “tudo isto criou o ambiente para o primeiro-ministro, com dignidade, ter percebido que não havia condições para continuar”.