A França e os Estados Unidos da América (EUA) pediram, esta quinta-feira, que Israel não vá demasiado longe nos ataques na Faixa de Gaza, em resposta à ofensiva que o Hamas iniciou no sábado. Com pequenas frases nas declarações de apoio que fizeram, Emmanuel Macron e Antony Blinken deixaram perceber receios sobre uma espiral de violência na região do Levante.
Num discurso na noite de quinta-feira, após vários episódios de violência anti-semita na França, Macron declarou que "Israel tem o direito de se defender e eliminar grupos terroristas como o Hamas através de ações precisas", mas acrescentou que "preservar populações civis é o dever das democracias".
"A única resposta ao terrorismo é sempre uma resposta forte e justa. Forte porque justa", acrescentou o Presidente francês.
Também esta quinta-feira, mas na conferência de imprensa ao lado do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o secretário de Estado norte-americano sublinhou a importância de evitar mortes de civis. De acordo com a Al Jazeera, Blinken destacou que Israel deve "tomar todas as precauções para evitar magoar civis".
"Nós, as democracias, distinguimo-nos dos terroristas ao esforçarmo-nos por um padrão diferente, mesmo quando é difícil, e ao responsabilizarmo-nos quando não cumprimos", esclareceu o chefe da diplomacia dos EUA, para quem "Israel tem o direito de se defender" mas "como Israel faz isto, importa".
Segundo o Politico, estes receios são partilhados por diplomatas de países ocidentais. Um diplomata francês terá dito que qualquer ação de Israel e do Hamas, ou de palestinianos, pode contribuir para aumentar as tensões e bipolarização do conflito, que se pode espalhar a toda a região.
Mais de 2.800 pessoas morreram desde os ataques do grupo terrorista Hamas, no sábado. Israel conta pelo menos 1.300 mortos; as autoridades palestinianas registam 1.537 mortos na Faixa de Gaza, e 31 na Cisjordânia.