José Fernando Rio, candidato às eleições do FC Porto em 2020, acredita que o Ministério Público “deve investigar sempre que há suspeita de alguma coisa menos legal”, mas não para desviar a pressão das investigações relativas ao Benfica.
“Também me parece que, neste momento, as investigações até podem existir, mas estas notícias também surgem para equilibrar as contas do lado do Benfica, que está sob enorme pressão”, aponta em Bola Branca.
O Ministério Público estará a investigar o negócio de patrocínio e venda dos direitos televisivos do FC Porto à Portugal Telecom, entre 2015 e 2016, e a transferência de Éder Militão para o Real Madrid, em 2019.
“A ser verdade”, diz Rio, “tudo tem de ser investigado”.
No negócio com a PT, o Ministério Público estará a tentar verificar os indícios de que parte da avultada comissão de mediação do negócio terá ido para esfera familiar de Pinto da Costa.
Para José Fernando Rio, a “proximidade de pessoas da família do presidente” com os negócios do clube “não é do agrado dos sócios” e, se há suspeitas, então “que se investigue”.
Às investigações do Ministério Público juntam-se as declarações do presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, reveladas pelo diário “El Confidencial”, onde Pinto da Costa é acusado de desviar dinheiro na ida de Pepe para os "merengues".
José Fernando Rio não tem dúvidas de que “são palavras fortes”, mas não sabe se, “em termos legais, ainda é possível fazer alguma coisa”.
Apesar das notícias que têm surgido, o antigo candidato à liderança dos dragões afasta a ideia de uma possível investigação poder afetar a preparação da nova época, já que “não há qualquer paralelo entre a situação do Benfica e do FC Porto”.
“Esse raciocínio, de que a preparação da época pode estar em perigo, não existe”, garante, em entrevista à Renascença.
No mercado do FC Porto, até ao momento, foram apresentados Bruno Costa, Fábio Cardoso e Pepê como reforços.
Rio dá “aval positivo” às transferências, mas espera pelo fecho de mercado para fazer “uma avaliação mais séria”, até porque espera algumas saídas.
“Depende de quem sair, porque já parecem jogadores a mais”, diz, “portanto, é preciso ver que vendas o FC Porto vai fazer até ao fecho do mercado”.
No capítulo das saídas, José Fernando Rio aponta Sérgio Oliveira, Corona e Otávio como possíveis alvos, mas deixa um aviso: não podem sair demasiadas peças fundamentais.
“É preciso gerir essas situações, porque o Porto não pode perder duas ou três referências numa só época, como tem acontecido em anos anteriores”, sublinha.