Os trabalhadores das empresas que garantem as ligações fluviais no rio Tejo – Soflusa e Transtejo - vão estar em greve neste fim-de-semana prolongado. Os serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral são quase inexistentes.
Na Transtejo, a greve é de 48 horas e apanha sábado e domingo: das zero horas do dia 11 até às 24 horas de dia 12. No entanto, os efeitos começam a fazer-se sentir logo no dia 10.
O último barco sai de Cacilhas para o Cais do Sodré às 23h30. A ligação regular só é retomada às 0h40 de dia 13.
No entanto, no sábado e domingo há um barco que sai de Cacilhas às 5h20 e depois regressa de Lisboa. É a única carreira que o Tribunal Arbitral decretou como serviços mínimos para a Transtejo.
As ligações ao Montijo, Seixal e entre Belém e a Trafaria nestes dois dias não se realizam.
Quanto à Soflusa, os sindicatos decretaram greve a partir das 15h00 de domingo até às 8 da manhã de segunda-feira, dia de Santo António.
Mas o efeito da greve começa mais cedo: o último barco sai do Barreiro às 13h25 e regressa de Lisboa meia-hora depois. Na segunda-feira, dia 13, a ligação é retomada do Barreiro às 8h25 e 8h55 em Lisboa.
Também nesta ligação o Tribunal decretou apenas de uma carreira como serviços mínimos, que sai do Barreiro às 5h15 e regressa.
Entretanto, a empresa já tinha feito um aviso referindo que no dia 13, Dia de Santo António e feriado em Lisboa, iria praticar o horário de sábado.
O sindicalista da FECTRANS, Paulo Lopes, admitiu, em declarações à Renascença, que não é habitual haver greves ao domingo, mas esta é intencional.
Não só pretende causar impacto nos dias em que decorrem as Festas de Lisboa, retomadas depois de dois anos de suspensão devido à pandemia, mas também nos cofres da empresa.
Normalmente as greves de transportes durante a semana afetam mais significativamente as pessoas que se deslocam para o trabalho e que já pagaram o passe no início do mês.
Neste caso, admite Paulo Lopes, o objetivo é que seja a própria empresa a mais atingida. Especialmente na Transtejo, o fluxo turístico nesses dias gera uma receita significativa, o que não acontecerá agora devido à greve.
Em plenário, os trabalhadores rejeitaram o aumento de 0,9% proposto pela Transtejo/Soflusa, que consideram insuficiente. Também contestam as condições de trabalho e o excesso de trabalho extraordinário por falta de pessoal, especialmente maquinistas e mestres.
A incapacidade de ter equipas completas de mestre, maquinista e marinheiros tem levado a empresa a cortar várias carreiras há vários meses.