O secretário de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD), João Paulo Correia, faz balanço das reuniões que teve com o presidente da Federação de Judo e com os judocas insatisfeitos.
Dos encontros saíram algumas decisões, conta João Paulo Correia, em mensagem deixada nas redes sociais.
O SEJD reconhece que vai ser feito um "ajuste do valor pago a cada atleta para apoio à deslocação, de acordo com as tabelas oficiais da Administração Pública".
A ideia é que os atletas possam participar “em estágios internacionais assim como competições fora do país”, no âmbito de um “planeamento do processo de preparação olímpica organizado em conjunto entre a FPJ, o treinador e o respetivo atleta".
Além disso, vai ser feita “uma reavaliação do sistema de estágios nacionais ouvindo os respetivos treinadores e selecionadores nacionais”.
De recordar que os olímpicos Telma Monteiro, Catarina Costa, Bárbara Timo, Rochele Nunes, Patrícia Sampaio e Anri Egutidze acusam o presidente da Federação Portuguesa de Judo (FPJ) de opressão e apelam à intervenção da tutela do desporto.
Em carta assinada pelos seis judocas, mais Rodrigo Lopes, num total de sete dos 10 atletas do projeto olímpico da modalidade, são muitas as críticas a Jorge Fernandes, acusado de discriminação e ameaças, no que dizem ser um "clima insustentável e tóxico".
São vários os pontos focados pelos judocas, que dizem ter reunido e exposto os problemas existentes ao presidente da FPJ, mas que esbarraram na "falta de compreensão, de flexibilidade e sensibilidade" do dirigente.
Os judocas lamentam que Jorge Fernandes continue a insistir na obrigatoriedade da presença em Coimbra em 70/80% dos 52 estágios num ano, ameaçando com a exclusão da equipa, caso os atletas falhem esse pressuposto.
"Aquilo que foi uma boa solução durante o período em que a pandemia causada pela Covid-19 impôs a criação de uma bolha de treino, em Coimbra, que nos permitiu estar nos Jogos em segurança, é hoje um dos fatores em que discordamos profundamente da estratégia imposta pela FPJ", dizem.
Um cenário que, explicam, os impede de participar em estágios internacionais e treinarem com os melhores do mundo, além de o fazerem num local que dizem não ter condições: "por vezes, estão apenas oito atletas presentes para treinar, e durante o inverno chegar a estar sete graus dentro do pavilhão".