Os inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) vão permanecer na central ucraniana de Zaporíjia, que está sob controlo das tropas russas.
"A AIEA vai ficar em Zaporíjia", declarou o diretor-geral daquela agência das Nações Unidas, Rafael Gossi.
Os peritos da Agência Internacional de Energia Atómica iniciaram esta quinta-feira uma inspeção à maior central nuclear da Europa, que está numa das frentes de batalha da guerra na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro com a invasão ordenada por Vladimir Putin.
“Nós alcançamos algo muito importante hoje e a coisa mais importante é que a AIEA vai continuar aqui”, declarou Rafael Gossi, citado pelas agências internacionais.
O responsável da organização, que lidera pessoalmente a missão de fiscalização de 14 pessoas, já tinha anunciado, na quarta-feira, a intenção de instalar uma "presença permanente" no local, que está no centro de fortes preocupações.
"Fizemos uma avaliação inicial. Vimos o trabalho dedicado dos funcionários e da direção. Apesar das circunstâncias muito, muito difíceis, eles continuam a trabalhar com profissionalismo", acrescentou o diretor da AIEA.
Em Kiev, o chefe do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Robert Mardini, pediu a suspensão de todas as operações militares à volta da central, avisando que um ataque seria "catastrófico".
"Já é hora de parar de brincar com fogo e tomar medidas concretas para proteger este local", disse Mardini.
Rússia e Ucrânia acusam-se mutuamente, há várias semanas, de colocarem em risco a central nuclear, que é a maior da Europa.
Um dos dois reatores em operação foi desligado devido a bombardeamentos que os ucranianos atribuem às forças russas, enquanto Moscovo acusa Kiev de ter enviado equipas de sabotagem para a central atómica.
A central está localizada ao longo do rio Dnieper, cuja margem esquerda é controlada neste setor por tropas russas.