São menos mas têm mais formação, saem de casa dos país aos 33 anos, em média, apenas dois em cada 10 está satisfeito com a situação financeira e o melhor que dizem ter são as pessoas que os rodeiam.
É este o retrato dos jovens portugueses, segundo a base de dados do Eurostat, o gabinete de Estatística da União Europeia, disponibilizada na véspera do Dia Internacional da Juventude, que se celebra esta sexta-feira.
Segundo estes dados, Portugal tinha no ano passado 1.647.827 jovens entre os 15 e os 24 anos, menos 165.963 do que há dez anos. Ao todo, representavam 16% da população.
Em média, os jovens portugueses saíram de casa dos pais no último ano com 33 anos e meio, bastante acima da média europeia, que estava nos 26 anos e 5 meses. Por género, elas saem cerca de dois anos mais cedo do que eles.
Mobilidade e desemprego jovem
Alemanha é o destino preferido dos jovens no espaço comunitário, seguido de França, Espanha e Itália. Portugal é o décimo primeiro destino mais procurado por jovens de outras nacionalidades, em 2021 tinha mais de 212 mil.
Quase 12% dizem participar em atividades cívicas ou de cidadania, por vezes voluntarias. Um número que é ligeiramente maior entre os homens e está praticamente em linha com a média europeia.
Com a Covid-19, a taxa de desemprego entre os jovens saltou de 12,6%, em 2019, para 15,9% em 2021 (acima da média da UE, de 13%). Destes, 4,5% é considerado desemprego de longa duração, ou seja, acima de 12 meses, uma situação que se agravou desde 2017.
Para muitos analistas, o pior dado está escondido, são os números relativos aos que não trabalham, não estudam nem estão em formação. Em Portugal estavam nesta situação em 2021 9,5% dos jovens, uma percentagem que fica abaixo dos 13% da média comunitária.
Para quem trabalha, a situação pode não ser animadora. Segundo o Eurostat, quase metade dos trabalhadores temporários em Portugal têm menos de 29 anos (47,5%), claramente acima da média europeia (35,5%). Só a Espanha e a Holanda têm mais jovens trabalhadores precários, Itália surge ao lado de Portugal.
O outro lado da moeda é a iniciativa. Em 2021, quase 32 mil jovens tinham criado o próprio emprego (16,8 mil homens e 14,9 mil mulheres). Um número que caiu bastante com a pandemia, em 2019 mais de 43 mil era empregado por conta própria.
Mais de metade dos jovens mexe-se muito bem com ferramentas digitais, tem conhecimentos superiores ao básico, e a grande maioria sabe, pelo menos, o básico.
Quase 44%, entre os 30 e os 34 anos, frequentava no ano passado o Ensino Superior.
Poucos, menos de 20%, dizem estar satisfeitos com a situação financeira. Para 2021 não há informação, mas em 2020 quase 19% dizia estar em risco de pobreza ou exclusão social e 6,6% admitia privações severas nas condições de habitação.
O trabalho agrada a quase 30% dos jovens em Portugal. No geral, mais de 35% mostram-se satisfeitos no último ano com a vida que levam, mas a melhor nota, mais de 61%, é dada às relações pessoais.