A presidente executiva da TAP garantiu esta quarta-feira que não contactou diretamente o Ministério das Finanças no caso da indemnização de meio milhão de euros paga à antiga administradora Alexandra Reis que foi, posteriormente presidente da NAV e se secretária de Estado.
“O meu principal contacto foi o Secretário de Estado das Infraestruturas. Segundo o meu entendimento, havia uma coordenação entre os Ministérios das Infraestruturas e das Finanças, mas eu não contactei diretamente as Finanças”, assegurou Christine Ourmières-Widener, que está a ser ouvida na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, numa audição requerida pelo Chega.
Ainda assim, a presidente executiva da transportadora aérea, admite que as Finanças possam ter tido conhecimento do caso, até porque “o acionista acompanhou toda a prova negocial”, apesar dos contactos terem sido feitos pelo então secretário de Estado das Infraestruturas, e que as decisões tomadas foram recomendadas por advogados.
“Toda a comunicação que fizemos e toda a discussão foi completamente recomendada por advogados. Eu sou uma CEO, não sou uma advogada, estou a gerir uma organização muito complexa, é por isso que contrato advogados. Tudo o que fizemos foi recomendado por advogados, incluindo a comunicação que foi publicada”, afirmou Christine Ourmières-Widener.
A responsável disse ainda que “não fiz nada sem ser por escrito”, garantindo que existem documentos e “provas escritas”.
“Há provas escritas do conhecimento [do acionista] neste processo, das diferentes etapas da discussão e da aprovação final”, mencionou.
Depois de muitas perguntas, ao fim de três horas de audição, Christine Ourmières-Widener respondeu, finalmente, aos deputados sobre se as recentes polémicas, sobretudo a indemnização de meio milhão de euros paga a Alexandra Reis, colocaram o cargo em risco.
A presidente Executiva da TAP não está a pensar sair antes do tempo.
“Acho que tenho condições para ser CEO da TAP porque temos agido de boa-fé, ao recrutar aconselhamento legal e ao pedir aprovação”, referiu.
“Vamos aguardar pelos resultados das investigações”, acrescentou, enquanto confirmou ter sido “contactada pela Inspeção-Geral de Finanças e pela CMVM”, afiançando que será “divulgada toda a informação de forma transparente”.
Ainda antes de ter começado a responder aos deputados, a CEO fez uma intervenção onde falou numa “missão” que tem como objetivo “percorrer um caminho para uma companhia sustentável e lucrativa até 2025”.
Caminho esse, que na sua perspetiva, já “mostra efeitos positivos”, sublinhando que em 2022, a TAP teve “uma das melhores receitas da sua história”, com destaque para o “terceiro trimestre, com o melhor resultado de sempre”.