Num comunicado, o secretariado do BE reagiu assim às informações segundo as quais os talibãs chegaram hoje a Cabul, precipitando a saída do país do Presidente afegão, Ashraf Ghani, após terem tomado o controlo de 28 das 34 capitais provinciais em pouco mais de uma semana, e sem grande resistência das forças de segurança governamentais, no âmbito de uma grande ofensiva iniciada em maio -- altura em que começou a retirada das tropas norte-americanas e da NATO do país, que deverá ficar concluída no final deste mês.
"Quem na altura apoiou esta invasão deve agora fazer o seu balanço. Pela nossa parte, sempre a criticámos: a invasão ajudou à exaltação do terrorismo em largas partes do mundo e, como repetidamente se tem provado, nunca são invasores estrangeiros a impor a democracia num país", lê-se no documento.
"O mundo deve agora olhar para os problemas do povo afegão, submetido por um grupo de fanáticos religiosos, e procurar as formas de o apoiar sem acrescentar problemas e violência às suas enormes dificuldades", conclui o BE.
Um porta-voz do movimento islâmico radical, que governou no Afeganistão entre 1996 e 2001, disse hoje à BBC que os talibãs pretendem assumir o poder no Afeganistão "nos próximos dias", através de uma "transição pacífica", 20 anos após serem derrubados por uma coligação liderada pelos Estados Unidos, pela sua recusa em entregar o líder da Al-Qaida, Usama bin Laden, após os atentados de 11 de Setembro de 2001.