A Comissão Europeia afirmou ser prematuro avançar com informações sobre os planos de capitalização e de negócios da Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas indicou ter incentivado Portugal a dar mais informação detalhada.
Em resposta à agência Lusa, na sequência da conferência de imprensa do ministro das Finanças, Mário Centeno, uma porta-voz de Bruxelas afirmou decorrerem "conversações construtivas com as autoridades" e a avaliação da informação recebida, mas referiu que poderão ser enviados mais dados.
"A Comissão incentiva Portugal a fornecer mais informações detalhadas [e aval do plano de recapitalização], para assegurar progressos na apreciação do caso", afirmou a porta-voz Lucia Caudet.
A mesma fonte acrescentou, ser assim, "prematuro avançar qualquer resultado da avaliação".
"Qualquer notícia sobre uma decisão, em breve, da Comissão sobre esta questão não é exacta", concluiu.
O ministro das Finanças afirmou hoje que o Governo está negociar um plano de capitalização e um plano de negócios com Bruxelas que permitam que a CGD volte a ter resultados positivos de forma sustentada ao longo dos próximos cinco anos.
O objectivo assumido pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, em conferência de imprensa, é que o banco público atinja "resultados positivos e sólidos de forma sustentada ao longo dos próximos 5 anos".
Para tal está a ser desenvolvido um plano de negócios até 2020 que prevê, entre outros pontos, o redimensionamento da CGD, incluindo a redução do número de agências e de colaboradores, sem recurso a despedimentos mas com base em processos de reforma e de pré-reforma, sublinhou o governante.
Paralelamente, estão também a ser desenhados os moldes do plano de capitalização, cujos números Centeno ainda não divulgou.
"Estão em curso negociações com Bruxelas. Vai haver maior detalhe assim que os números estejam definidos", afirmou.
A implementação destes planos será progressiva e será da responsabilidade da nova equipa de gestão, que será liderada por António Domingues.
Centeno afirmou ainda que o plano de capitalização que está a ser desenhado não tem qualquer relação com uma eventual integração do Novo Banco na entidade financeira pública.
"O Novo Banco está totalmente fora deste plano. Qualquer notícia nesse sentido é apenas e só especulação", realçou o governante, em resposta às questões sobre notícias que apontam para a possibilidade de a injecção de capital no banco público pressupor um valor bastante elevado de modo a permitir absorver o Novo Banco, caso o segundo processo de venda do banco de resolução que está em curso não tenha o desfecho pretendido pelas autoridades portuguesas.