A anulação, pelo parlamento, da transferência de 476 milhões de euros do Fundo de Resolução para o Novo Banco foi um "percalço", afirmou esta sexta-feira o presidente executivo do banco, António Ramalho.
"O percalço que aconteceu no parlamento é um percalço que naturalmente terá que ser analisado com profundidade, o que faremos", disse António Ramalho aos jornalistas, em declarações transmitidas pela RTP.
O presidente da instituição bancária recordou que "o que o parlamento decidiu foi, de alguma forma, o congelamento da transferência devida ao Novo Banco, se for devida".
"Isso só é determinado nas contas no final do ano, após um conjunto de escrutínios que pretendem ser feitos", disse o líder do banco que sucedeu ao Banco Espírito Santo (BES).
"O Novo Banco é o banco mais escrutinado de Portugal e, julgo eu, o mais escrutinado da Europa", considerou o gestor.
O plenário do parlamento confirmou na quinta-feira a votação na especialidade da proposta orçamental do BE que anula a transferência de 476 milhões de euros do Fundo de Resolução para o Novo Banco.
Numa votação confusa e que teve de ser repetida, depois de avocada e debatida no plenário, PSD, PCP, PEV, Chega e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira juntaram os seus votos ao BE para viabilizar esta alteração, apesar dos votos contra de PS, Iniciativa Liberal e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues e a abstenção do CDS-PP e do PAN.
A aprovação desta proposta do BE representou a surpresa da maratona de votações do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), na quarta-feira.
O Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) foi aprovado na quinta-feira, no parlamento, apenas com os votos favoráveis do PS, e com a abstenção do PCP, PEV, PAN e das duas deputadas não inscritas.
Votaram contra os deputados do PSD, BE, CDS, Iniciativa Liberal e Chega.