O PSD deixa acusações e pede explicações ao Governo e a Pedro Nuno Santos sobre o negócio que aconteceu em 2020 e 2021 e que levou a Parpública a comprar ações dos CTT. A notícia avançada esta semana pelo Jornal Económico adiantava ainda que, na altura, o Governo minoritário liderado por António Costa procurava obter apoio do Bloco de Esquerda para aprovar o Orçamento do Estado de 2021.
Hugo Soares desafiou esta tarde Pedro Nuno Santos a dar a cara por este negócio e a explicar o que motivou a compra destas ações.
“Pedro Nuno Santos brincou aos aviões e agora quer brincar aos correios, mas isso custa dinheiro aos portugueses”, disse Hugo Soares na sede do PSD.
O PSD tem muitas dúvidas sobre este negócio, diz que é preciso saber porque é que a Parpública não divulgou, nos relatórios anuais a compra destas participações, o que diz o despacho do ministro das finanças e o PSD exige ainda saber se o Ministro das Infraestruturas à época, Pedro Nuno Santos, deu instruções para que a aquisição pudesse ser feita.
Em conferência de imprensa, o secretário-geral do PSD acusou ainda o governo socialista de usar dinheiros públicos para servir os interesses do partido.
“O Governo está a usar a Parpública para servir os interesses partidários do PS e mais do que isso para usar o dinheiro dos contribuintes para um capricho do secretario geral do PS. È que não é a primeira vez que se vem a descobrir que Pedro Nuno Santos toma decisões, não dá a cara por elas e depois tem de se vir explicar” acusou Hugo Soares em declarações na sede do PSD.
Para além de Pedro Nuno Santos, o secretário-geral do PSD deixa ainda críticas ao primeiro-ministro a quem acusa de andar a fazer campanha pelo PS.
“Uma vez que ele está tão motivado para a campanha usando o governo para fazer campanha para o partido socialista, de visitar obras atrasadas e mal executadas, que num desses momentos explique o que motivou a compra das participações” desafiou Hugo Soares.
Segundo o Jornal Económico, a administração da Parpública exigiu que a ordem da compra de participações dos CTT fosse dada por escrito, havendo, por isso, um despacho assinado por João Leão a dar a instrução. A ideia era que o processo fosse gradual, mas com a queda do Governo, em 2021, a operação terminou.
O Estado ainda detém uma pequena posição acionista na empresa de correios, que é inferior a 2% do capital e, por essa razão, nunca foi comunicada ao mercado.