Em maio de 2017, há quase dois anos, a Assembleia da República aprovou, por unanimidade, um apelo ao Governo português para defender, junto do Governo espanhol, o encerramento da central nuclear de Almaraz, nas margens do rio Tejo, a 110 km. da fronteira portuguesa. Nesse mesmo mês realizou-se uma cimeira luso-espanhola em Vila Real, ainda com o primeiro-ministro Rajoy. Em novembro passado, em Valladolid, nova cimeira, desta vez com Pedro Sanchez, líder do PSOE.
Mas, quanto a Almaraz, parece que nada se adiantou. Pelo contrário, informou a agência Lusa que o eurodeputado José Inácio Faria questionou a Comissão Europeia sobre o segundo adiamento do encerramento da central de Almaraz. O Governo espanhol agora adiou oito anos esse encerramento, devendo desativar os dois reatores da central apenas em 2027 e 2028.
É verdade que, graças à pressão popular em Espanha e não tanto por exigência oficial portuguesa, foi aparentemente abandonado o projeto para criar um aterro para armazenar detritos nucleares junto a Almaraz. Mas adiar novamente o encerramento desta central nuclear, que tantos perigos envolve para Portugal – até porque está situada em zona de risco sísmico – parece não ter merecido qualquer reação pública do Governo português.
Entretanto, nas sucessivas cimeiras luso-espanholas continuarão certamente os autoelogios sobre as magníficas relações entre os dois países ibéricos.
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