O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou esta segunda-feira que "ainda não é demasiado tarde" para atender ao que considera a emergência climática mundial, mas advertiu que o tempo está a esgotar-se.
"A emergência climática é uma corrida que estamos a perder mas que ainda podemos ganhar. A crise climática é provocada por nós e as soluções devem vir de nós. Temos as ferramentas: a tecnologia está do nosso lado", afirmou o português perante dezenas de líderes internacionais ao abrir a Cimeira da Ação Climática, que decorre hoje na sede da ONU.
António Guterres frisou ainda que a cimeira de hoje não é para discursos nem negociações, mas para ação, com compromissos concretos.
"Isto não é uma cimeira de conversações sobre o ambiente. Já tivemos suficientes conversações. Isto não é uma cimeira de negociação do clima, porque não negociamos com a natureza. Isto é uma cimeira de ação sobre o clima. Disse desde o início que o bilhete para entrar não era um discurso bonito, mas ações concretas e vocês estão aqui com compromissos", referiu Guterres.
"Os Governos estão aqui para vos mostrar que estão determinados a melhorar a sua contribuição nacional sobre o Acordo de Paris. As autarquias e as empresas estão aqui para demonstrar como deve ser a liderança num futuro verde. As instituições financeiras estão aqui para aumentar a ação e implementar formas novas e significativas [de dar resposta às alterações climáticas]. As plataformas estão aqui com parcerias e iniciativas para nos aproximar de um mundo neutro em carbono até 2050."
Dirigindo-se ainda aos líderes mundiais, o secretário-geral da ONU sublinhou: "É a minha obrigação, a nossa obrigação, fazer de tudo para parar a crise climática antes que ela nos pare. Vamos ter em conta as chamadas de atenção de sábios líderes, religiosos, empresários e, especialmente, jovens que estão a sair à rua para exigir que mudemos a nossa relação com a natureza agora. Vamos atar os cordões das nossas sapatilhas de corrida e vencer a corrida climática por todos nós."