O presidente do PSD acusou esta quinta-feira o primeiro-ministro de manter "uma habilidade de retórica” sobre as pensões e de demonstrar “insensibilidade social” para com os reformados mais pobres, pagando em outubro um suplemento maior aos que mais ganham.
Na intervenção inicial perante o Conselho Nacional, Luís Montenegro continuou no tema que marcou o diálogo entre o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, e o primeiro-ministro, António Costa, no debate sobre política geral, no Parlamento.
“O primeiro-ministro pode fazer os jogos de palavras que quiser, não está em causa as pensões subirem de valor de um ano para o outro, o que está em causa é que o valor do aumento para 2023 tem menos milhões de euros e o valor até ao fim da vida dos reformados terá menos mil milhões de euros, ponto final”, acusou, na passagem mais aplaudida do seu discurso perante os conselheiros, que foi hoje aberto à comunicação social.
Luís Montenegro acusou ainda António Costa de “se atrapalhar nas suas próprias habilidades”: “É tanta habilidade, que depois dá atrapalhação, tanta habilidade que depois dá trapalhada”, disse.
O líder do PSD apontou que, depois de se referir ao valor que será pago em outubro aos pensionistas como uma antecipação do que lhes seria devido pela fórmula de cálculo de atualização das pensões, Costa fala agora num “suplemento extraordinário”, equivalente a meia pensão.
“Se é um suplemento extraordinário, o primeiro-ministro e o Governo perderam mesmo a noção de sensibilidade de justiça social: o que estão a fazer é dar 2.500 euros a quem ganha 5.000 euros de pensão, 2.000 a quem ganha 4.000, e é dar 200 a quem ganha 400 ou 150 a quem ganha 300. Isto é intolerável numa política socialista ou social-democrata”, acusou.