As associações profissionais de militares reclamam do Governo uma intervenção urgente para resolver o problema da ADM- Assistência na doença aos militares, agravada em tempos de pandemia.
Em comunicado, depois de uma reunião com o presidente do IASFA-Instituto de Acão Social das Forças Armadas, as associações de oficiais, sargentos e praças revelam que existe “mau estar e insatisfação com a falta de apoio aos militares no ativo e na reforma”.
Em declarações à Renascença, o presidente da Associação Nacional de Sargentos refere ser “um absurdo o Governo exigir prontidão, mas quem paga essa prontidão são os militares - muitos deles já se questionando para que serve este pagamento”.
Açores e Madeira cada vez com menos apoio
Para além disso, o sargento Lima Coelho lembra que os militares não existem apenas nas regiões de Lisboa e Porto. “Os afetados não são apenas os que estão no ativo, mas também os que deram toda uma vida à instituição e residem em zonas mais distantes, numa altura em que têm dificuldades de mobilidade e se veem confrontados em alguns locais com uma total ausência de apoios.” É o caso, por exemplo, das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, diz o representante dos sargentos.
“Isto não é justo. Não é de todo aceitável”, adianta Lima Coelho, sobre “um problema que se arrasta há muitos anos, mas que agora em plena pandemia é especialmente grave”.
As preocupações transmitidas ao presidente do IASFA, o Tenente General Fernando Serafino, apontam ainda para a ausência de informação sobre as tranches com o que o Ministério da Defesa Nacional se comprometeu em saldar o passivo do Instituto de Acão social das Forças Armadas.
“Qual a dívida atual a terceiros? E porque continuam os atrasos significativos e escandalosos nos ressarcimentos das despesas com a saúde, após a entrega de documentos para a comparticipação?”, perguntam os representantes das associações dos militares.
Questões que ficaram sem resposta e, que segundo as associações representativas dos militares, se prendem com “a necessidade, imperiosa de separar o que é a Assistência da Doença, do que é a Ação Social Complementar”.
Para Lima Coelho, a questão é sempre a mesma. “O IASFA tem um corpo estranho sob a sua gestão: a ADM- Assistência na Doença aos Militares”.