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No dia em que mais um país avança com a toma de uma terceira dose de vacinas contra a Covid-19, ainda não há consenso entre os especialistas sobre se esta é a opção correta.
Os Estados Unidos juntam-se à França e Reino Unido, na administração de uma nova dose da vacina já a partir do próximo mês.
Por cá, a ideia da toma de uma terceira dose não está fechada, até porque o coordenador da task force da vacinação, em Portugal, tem afastado este cenário.
Para o virologista Pedro Simas, ouvido pela Renascença, ainda não há evidência científica que obrigue a uma terceira dose.
"O que a história nos diz e o que a ciência nos diz é que quando se atinge a imunidade vacinal, os vírus tornam-se endémicos e sazonais, circulando na população e mantendo a imunidade atualizada", explica.
Para o especialista, a diminuição de anticorpos, passado algum tempo depois da toma da vacina, "é natural e não significa" que as pessoas deixem de estar desprotegidas".
Pedro Simas considera que o problema da forte mortalidade provocada pelo vírus está resolvido, "até, em muitos casos, com apenas a primeira toma" e o máximo que se pode esperar é que a Covid-19 seja tratada como uma gripe.
Diferente é a opinião do coordenador do gabinete de crise Covid-19 da Ordem dos Médicos, para quem uma terceira dose continua a fazer sentido.
"Não tenho a menor dúvida que vamos precisar de uma dose extra, de reforço, nomeadamente às pessoas mais fragilizadas e que foram vacinadas mais cedo", aponta Filipe Froes, à Renascença.
O especialista acredita ser necessário que a terceira dose seja efetuada a partir de "final de setembro, início de outubro".
Filipe Froes realça que "ainda é uma incógnita" qual será o futuro da pandemia da Covid-19 e que, por isso, "temos de estar abertos a todos os cenários".
"Temos de pensar na possibilidade de não ser necessário, de ser necessário anualmente, ou até de ser necessário de três em três ou de quatro em quatro anos", refere.