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Portugal deve ter como principal objetivo a vacinação dos mais idosos e não adulterar o que foi estabelecido no plano de vacinação quanto aos grupos prioritários. Esta é a posição do virologista Pedro Simas, quando confrontado com a questão da imunidade de grupo.
“O grande objetivo dos países europeus e de Portugal deve ser a vacinação dos grupos de risco. São cerca de 1,8 milhões de pessoas em Portugal. É nos mais de 70 anos que ocorre 90% da mortalidade e, portanto, quanto mais depressa tivermos essa imunidade, não contra a disseminação da infeção mas contra a proteção da vida humana, isso é que é importante”, defende na Renascença.
No domingo, o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, afirmou que a Europa poderá atingir a imunidade coletiva contra a Covid-19 em 14 de julho. Pedro Simas diz que a data é viável, mas considera importante, primeiro, explicar o que significa imunidade de grupo no atual contexto.
“A imunidade de grupo, no que diz respeito a este vírus, a este SARS-Cov-2, é vacinar cerca de 60% a 70% da população de modo a que o vírus passe de uma disseminação pandémica para uma disseminação endémica. O vírus não vai desaparecer, vai continuar a ser transmitido. Por isso, a imunidade de grupo neste momento é um objetivo secundário”, afirma no programa As Três da Manhã.
O objetivo primário é a vacinação dos mais idosos, defende, até porque vão aparecer mais variantes que “podem escapar um bocadinho à imunidade”.
“Mas a imunidade celular, que nos protege quanto à doença grave, a hospitalização e a morte, essa é muito robusta contra as variantes e por isso é que eu gostava de dizer: é muito importante que Portugal não adultere a primeira fase do plano de vacinação com a introdução de grupos e mais grupos que não são de risco”, reforça.
Segundo Pedro Simas, das vacinas já administradas em Portugal, “só 40% é que foram para pessoas com mais de 65 anos”.
De acordo com o comentador da SIC Marques Mendes, Portugal poderá, já no próximo fim-de-semana testar uma vacinação em massa, administrando vacinas contra a Covid-19 em cerca de 200 mil portugueses, a começar pelos professores e pessoal não docente das escolas.
“Esta é uma primeira experiência para continuar no futuro”, afirmou no domingo.