O comentador da Renascença João Duque defende que PS e PSD deveriam ter procurado entendimentos "há mais tempo".
Numa reação à entrevista de Augusto Santos Silva à Renascença, em que o socialista que preside à Assembleia da República defende entendimentos, compromissos entre PSD e PS, João Duque diz que “já deviam ter pensado nisso há mais tempo”.
"A ausência de alguns entendimentos leva à possibilidade de que alguns partidos se aproveitarem dessa clivagem”, que, em rigor, não existe.
“Apesar das pessoas que têm uma visão muito do dual da sociedade, nomeadamente as opiniões políticas contrariarem, é que 2/3 dos portugueses estão mais ou menos numa faixa relativamente estreita, muitas vezes até bastante estreita de opinião política, o chamado ‘centrão’”, lembra João Duque.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, o economista sublinha que isto “não significa Bloco Central, significa que há áreas em que nós estamos de acordo e que não vamos para a campanha eleitoral discutir”.
João Duque adverte, no entanto, que não basta estar de acordo, “é estar de acordo e executar políticas” que pró-ativamente eliminem os problemas nas áreas da saúde, justiça, defesa, e educação, “áreas vitais e que são as funções básicas do Estado”.
“Nós temos que resolver estes problemas, independentemente de ser do PS, do PSD. Quem estiver no Governo tem que resolver estes problemas. Caso contrário, só dão espaço a que os mais extremistas venham com soluções que, às vezes, são aparentemente simples para problemas gravíssimos e complexos e não é verdade. As soluções para problemas complexos não são fáceis”, adverte.
Apesar das clivagens entre centro-direita e centro-esquerda, João Duque acredita que “existem condições para estabelecer uma plataforma comum para determinadas áreas”.