Guterres acredita que pandemia pode acabar já este ano
09-02-2022 - 19:43
 • Lusa

Para o secretário-geral da ONU, “a desigualdade na distribuição de vacinas” continua a ser “a maior falha moral dos nossos tempos”.

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O secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu hoje que o mundo tem os recursos necessários para acabar com a pandemia de covid-19 ainda este ano, embora para isso seja necessário ajudar os países menos desenvolvidos.

"Podemos acabar com a pandemia em 2022. Estamos no melhor caminho para o conseguir. Mas só o conseguiremos juntos", disse Guterres, durante um evento organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para angariar fundos para ajudar na luta contra a covid-19.

Guterres disse que a pandemia entrou no seu terceiro ano sem que ainda tenham sido alcançados "objetivos cruciais", como a vacinação generalizada da população mundial, o aumento de testes ou a disponibilização de todos os tratamentos capazes de salvar vidas.

"A desigualdade na distribuição de vacinas é a maior falha moral dos nossos tempos, e os países e as suas populações estão a pagar por isso", argumentou Guterres, que admitiu, no entanto, que a distribuição de doses das vacinas em países com menos recursos " está a aumentar exponencialmente".

"Podemos trazer a economia de volta para o normal e atingir as metas de desenvolvimento sustentável, mas precisamos de agir agora", defendeu o secretário-geral da ONU.

Na iniciativa de hoje, a OMS pediu aos países desenvolvidos que contribuíssem com mais 23 mil milhões de dólares (cerca de 20 mil milhões de euros) para a luta global contra a pandemia.

Deste total, 16 mil milhões de dólares (cerca de 14 mil milhões de euros) destinam-se ao ACT Accelerator -- um programa internacional de produção de testes, medicamentos e vacinas - e o restante servirá para outros instrumentos de combate ao novo coronavírus.

Com o dinheiro solicitado, o ACT Accelerator planeia comprar 600 milhões de vacinas, 700 milhões de testes de diagnósticos, tratar 120 milhões de doentes e fornecer equipamentos de proteção para 1,7 milhões de profissionais de saúde, especialmente em países com redes de saúde mais frágeis.