No 61.º dia de guerra, soube-se que a Suécia e a Finlândia preparam para apresentar as suas candidaturas à NATO em conjunto, numa consequência direta da invasão russa na Ucrânia.
A Rússia anunciou, ao início da tarde, um cessar-fogo em Mariupol, para criar corredores humanitários, mas Kiev rejeitou a hipótese imposta de forma unilateral.
A Renascença resume mais um dia de conflito.
Suécia e Finlândia devem apresentar candidaturas à NATO em conjunto
A Suécia e a Finlândia decidiram submeter candidaturas respetivas à NATO em conjunto, diz o The Guardia, citando orgãos de comunicação de ambos os países.
Terá sido o estado finlandês a sugerir que as duas nações aparesentassem os pedidos de entrada no mesmo dia e o governo sueco terá concordado.
A Rússia já ameaçou reforçar "o equilíbrio militar" no Báltico e, inclusive, usar armamento nuclear, caso os dois países juntem-se à NATO.
Rússia anuncia cessar-fogo em Mariupol. Ucrânia rejeita
A Rússia anunciou um cessar-fogo sobre a cidade de Mariupol para permitir a retirada de civis do complexo industrial Azovstal, onde está o último bastião de resistência da cidade sitiada há várias semanas.
No entanto, a Ucrânia desconfia da Rússia e recusa dar acordo a um corredor humanitário para retirar civis da metalúrgica Azovstal, em Mariupol, onde há várias semanas subsiste uma bolsa de resistência ucraniana.
A vice primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, anunciou oficialmente, em Kiev, que não há qualquer corredor humanitário porque tal carece de acordo entre as partes. E a Ucrânia considera que o corredor anunciado unilateralmente pela Rússia não oferece segurança, porque os russos impossibilitaram já diversos corredores humanitários.
Além disso, a Ucrânia acusa Moscovo de continuar o bombardeamento sobre a unidade industrial de Azovstal.
Guterres e Erdogan reafirmam necessidade de corredores humanitários
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, encontrou-se esta segunda-feira com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em Ancara, onde reafirmaram a necessidade urgente de acesso efetivo a corredores humanitários para evacuar civis na Ucrânia.
Em comunicado, a ONU informou que Guterres aproveitou o encontro com Erdogan para expressar o seu apoio aos esforços diplomáticos em andamento por parte da Turquia em relação à guerra na Ucrânia, com ambos a reforçarem que o "seu objetivo comum é acabar com a guerra o mais rápido possível e criar condições para acabar com o sofrimento dos civis".
"Eles enfatizaram a necessidade urgente de acesso efetivo através de corredores humanitários para evacuar civis e fornecer assistência muito necessária às comunidades afetadas. O Presidente e o secretário-geral concordaram em manter contacto para acompanhar as iniciativas em andamento", diz a nota.
Estados Unidos reforçam ajuda à Ucrânia
Os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram esta segunda-feira um novo pacote de assistência militar à Ucrânia e o regresso dos diplomatas norte-americanos, após uma visita a Kiev do secretário de Estado Antony Blinken e do secretário da Defesa Lloyd Austin.
Os dois altos responsáveis políticos disseram, numa reunião com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, que os EUA aprovaram um total de 713 milhões de dólares (661 milhões de euros) em financiamento militar estrangeiro para a Ucrânia e 15 países aliados e parceiros.
Zelenskiy já agradeceu a ajuda dos de Washington que diz representar um salto qualitativo na capacidade de defesa ucraniana.
Por seu lado, o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken diz que uma Ucrânia independente e soberana vai durar mais do que Putin no poder.
Bruxelas reforça Eurojust para permitir investigação de crimes de guerra
A Comissão Europeia propôs esta segunda-feira reforçar o mandato do Eurojust por forma a permitir a investigação de crimes de guerra cometidos na Ucrânia. Bruxelas quer alterar o regulamento do Eurojust dando-lhe a possibilidade de recolher, conservar e partilhar provas de crimes de guerra.
O Eurojust é a Agência da União Europeia para a Cooperação Judiciária Penal, sediada em Haia, onde as autoridades judiciárias nacionais trabalham para combater a criminalidade organizada transfronteiriça grave.
O órgão tem experiência em combater crimes internacionais mas atualmente o regulamento não prevê crimes da dimensão dos que terão sido cometidos durante a invasão russa da Ucrânia.