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Esta semana perto de 200 bispos e líderes religiosos da Igreja Católica reúnem-se em Roma para discutir a crise dos abusos sexuais. Saiba tudo sobre o que se vai passar.
Qual é precisamente o tema do encontro?
O nome oficial do encontro é “A proteção dos menores na Igreja”.
Como o nome indica, a cimeira destina-se unicamente a falar da problemática dos abusos sexuais de menores. Isso causou alguma polémica, sobretudo tendo em conta a divulgação recente de casos de abuso sexuais em larga escala praticados sobre freiras ou seminaristas, em países como os Estados Unidos, Chile, Índia e Polónia.
Na conferência de imprensa de apresentação da cimeira alguns jornalistas quiseram saber porque é que esta não abrangia os abusos sobre “adultos vulneráveis” ou mesmo a questão da homossexualidade entre o clero em geral. Os responsáveis responderam que a cimeira não é uma varinha mágica capaz de resolver todos os problemas dos abusos no mundo e que por isso era necessário focar-se num problema em específico.
O cardeal Blaise Cupich realçou que se está a “dar voz a quem não tem voz” e o arcebispo Charles Scicluna diz que embora o tema seja específico, as lições que os bispos vão aprender servirão também para lidar com casos de abusos de outra natureza.
Quando é que se realiza?
A cimeira começa na quinta-feira, dia 21 de fevereiro e dura quatro dias, terminando no dia 24 de fevereiro.
Quem vai estar presente?
Ao todo serão 190 participantes. A cimeira é especificamente dirigida aos presidentes das conferências episcopais, por isso estes formam a esmagadora maioria, com 114. Haverá ainda 14 bispos em representação de diversas Igrejas Católicas de rito oriental e 15 bispos de zonas que não têm conferências episcopais.
Para além destes, a cimeira contará ainda com 12 representantes de ordens religiosas masculinas, e 10 de ordens religiosas femininas. Por fim, estarão presentes ainda dez cardeais da Curia Romana
Portugal faz-se representar pelo presidente da Conferência Episcopal, D. Manuel Clemente.
O Papa participa ativamente?
O Papa Francisco participa ativamente na abertura e no encerramento da cimeira.
Na abertura, logo na quinta-feira, fará uma pequena introdução. Já no domingo, no encerramento, celebrará missa com todos os presentes e fará um discurso final.
De resto, estará sempre presente durante os trabalhos.
Serão ouvidas as vítimas?
Sim. Algumas vítimas terão a oportunidade de partilhar as suas histórias com os participantes. Por uma questão de privacidade o Vaticano não vai transmitir estes testemunhos nem divulgar a identidade das vítimas.
Que resultados concretos se podem esperar?
Os organizadores têm insistido em dizer que esta cimeira não é uma varinha mágica capaz de resolver todos os abusos na Igreja nem no mundo.
Na sua habitual conversa com os jornalistas, no voo de regresso do Panamá, o próprio Papa fez questão de dizer que é preciso diminuir as expetativas em relação ao encontro, e que este ia servir sobretudo para pôr todos os bispos a par das melhores práticas para lidar com os casos.
Durante a conferência de imprensa de apresentação o cardeal Blaise Cupich, que preside à cimeira, sublinhou, contudo, que os bispos terão de começar a tomar medidas concretas, pois serão responsabilizados por quaisquer falhas nesse campo.
As sessões vão ser públicas?
As principais intervenções vão ser públicas e serão mesmo transmitidas em streaming. Os momentos de oração também.
Outras partes da cimeira, sobretudo os testemunhos das vítimas, não serão abertas ao público.
Já está no ar um site com bastante informação e onde serão colocados os discursos à medida que forem feitos, bem como outro material relevante.
[Notícia atualizada às 12h39 de terça-feira]