“Rezar com os pés”. O nome foi inspirado nas palavras do cardeal José Tolentino Mendonça, e retrata a experiência de 400 jovens peregrinos oriundos de Portugal, França, Madagáscar, Ruanda, Haiti, e Brasil, que caminharam entre os dias 27 e 31 de julho, ao longo de 140 quilómetros, entre Fátima e a Jornada Mundial da Juventude Lisboa (JMJ), sempre acompanhados pela Imagem da Virgem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima.
A iniciativa #AndaComMaria, uma parceria entre o Corpo Nacional de Escutas (CNE) e o Santuário de Fátima, foi acompanhada pelo realizador Pedro Cunha e a sua equipa, nos cinco dias que durou a peregrinação e que passou por Minde, Alcanena, Pernes, Verdelho, Santarém, Cartaxo, Azambuja, Vila Nova da Rainha, Carregado, Vila Franca de Xira e Lisboa.
“A peregrinação foi muito desafiante não só para os escuteiros, mas para nós também que estávamos do outro lado a documentar o que estava a acontecer”, contou o realizador na apresentação do documentário, no Santuário de Fátima.
Durante o percurso, a equipa testemunhou e documentou a aventura vivida, a experiência de fé, a partilha feita nos locais de pernoita com as comunidades locais, em procissões noturnas, tendo como destino final Lisboa.
“Tentei acompanhá-los o máximo possível, e estar envolvido nesta atividade. Foi uma experiência muito boa, que mexeu muito comigo, quer do ponto de vista físico, quer do ponto de vista psicológico, porque não estava à espera de encontrar pessoas tão abertas, com uma esperança e fé no mundo tão grandes”, disse Pedro Cunha, em declarações reproduzidas pelo Santuário de Fátima.
Para o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, o documentário tem uma grande “força simbólica”, pois “manifestou alegria desta atividade, que foi uma oportunidade única de envolver os jovens”.
“Foi uma experiência que fica na memória de quem a viveu, e agora com o documentário chega a outras pessoas, para que possam de alguma forma sentir-se interpeladas também a fazerem-se peregrinas”, realça.
Já um dos responsáveis pela atividade, Paulo Santos, observa que este documentário foi uma “surpresa muito positiva, estamos muito emocionados”. O escuteiro destaca a experiência da peregrinação, e da surpresa do caminho, “pela forma como 400 jovens, muitos deles não conheciam a história de Fátima, não tinham devoção a Nossa Senhora e aos poucos foram-se entregando às atividades, e desenvolvendo uma devoção”.
A imagem da Virgem Peregrina de Fátima foi acolhida por centenas de pessoas, no dia 1 de agosto, no Terreiro do Paço, no fim de uma viagem de barco iniciada em Vila Franca de Xira, última etapa do percurso entre a Capelinha das Aparições e Lisboa.