Face ao aumento de apreensões e tráfico de droga no sul do país, os presidentes de câmara do Algarve reconhecem haver “falta de policiamento” quer nas praias, quer no espaço da Ria Formosa.
O presidente da Comunidade intermunicipal do Algarve considera que as declarações do Almirante Gouveia e Melo são um alerta: Há “necessidade de maior investimento no controlo das águas territoriais.”
Numa entrevista à Renascença, o Chefe do Estado-Maior da Armada realçou que o tráfico de droga a sul de Portugal movimenta milhares de milhões de euros e que, em média, quatro mil toneladas de estupefacientes são transportados do sul da Península Ibérica para o norte da Europa anualmente. Gouveia e Melo alertou para o aumento de redes criminosas de tráfico de droga a sul do país, fruto de uma mudança legal espanhola que empurra traficantes para águas e costa portuguesas.
António Pina, que é também presidente da Câmara de Olhão, sublinha que as apreensões e o aumento do tráfico “servem para dar resposta à procura”, defendendo que é nisso que devem estar centradas as atenções das autoridades.
Afasta ainda a ideia de criminalizar o consumo, defendendo que “as pessoas que consomem têm de ser entendidas como doentes”. Na sua opinião, é também necessário “refletir sobre a forma como esses produtos chegam” até aos consumidores e defende uma intervenção estruturada para travar a procura.