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Há desigualdade de tratamento no apoio às empresas afectadas pelos incêndios de Junho e de Outubro, na zona Centro. Luís Lagos, representante da associação das vítimas dos incêndios de 15 e 16 de Outubro, fala em tratamento discriminatório.
“Por exemplo, no apoio às empresas, se em Junho foi de 85%, agora é só de 70% acima de 235 mil euros. É uma desigualdade objectiva e fere clara e evidentemente o princípio da igualdade”, aponta na Renascença.
Para sustentar a sua opinião, o representante sublinha que ambos os “territórios são marcados pela baixa densidade demográfica, pela interioridade”, pelo que “não faz sentido que num primeiro momento existam apoios de 85% e depois de 70%”.
Num olhar para o futuro, Luís Lagos mostra-se preocupado com a prevenção de tragédias semelhantes.
“Está tudo por fazer: as nossas estradas continuam cheias de mato, de terra, porque a floresta ardeu e existe um desmoronar da própria floresta para as estradas; temos a madeira ardida, que vai secar e as árvores vão começar a cair e ainda nada foi feito”, exemplifica.
“Estamos, portanto, a criar condições para que esta tragédia se repita e a termos, durante este tempo que vai até ao novo ordenamento florestal, situações de perigo para a circulação de viaturas e de pessoas, que era importante resolver o mais rápido possível”, defende.
Esta segunda-feira, passam três meses dos incêndios de 15 de Outubro, nos quais morreram 45 pessoas e 70 ficaram feridas. Foi considerado o pior dia de fogos do pior ano de sempre em termos de incêndios.