O abate de nove gamos na ilha das Flores, nos Açores, para controlo populacional está a provocar a indignação de parte da população e já mereceu contestação por parte do Bloco de Esquerda (BE).
Segundo o partido, o abate dos animais representa uma “enorme crueldade” e poderia sido evitado “com medidas preventivas, como o controlo populacional por separação dos animais por sexo ou através da esterilização dos animais”.
Os deputados do Bloco no Parlamento da Região Autónoma enviaram mesmo um requerimento ao Governo Regional a exigir explicações e onde assinalam que tal ato “é incoerente com o objetivo de os Açores serem um exemplo na vanguarda do bem-estar animal”.
Para os bloquistas é importante saber “se os animais abatidos eram provenientes do Monte Brasil, na ilha Terceira”, e “por que motivo não foram consideradas outras opções”.
Além disso, querem ainda saber “que diligências serão tomadas pelo Governo Regional de modo a evitar que situações destas se repitam”.
Também o PCP, através da Comissão da Ilha das Flores, citado pelo Notícias ao Minuto, condena veementemente o abate de gamos, pertença da Região, perpetrado na Ilha das Flores e apoia a população na manifestação do seu inequívoco desagrado com a solução encontrada pelo Governo Regional dos Açores de abater os referidos gamos sem levar em conta outras soluções em tempo devidamente equacionadas”.
O partido exige respostas cabais assim como o apuramento de todas as responsabilidades, considerando tratar-se de “um desrespeito absoluto pelo caminho que tem vindo a ser percorrido em defesa dos direitos dos animais e do próprio bem-estar animal”.
De acordo com a publicação, que cita populares, os animais já chegaram mortos ao matadouro, tendo sido abatidos numa balança da Associação Agrícola Florentina, depois de terem ficado vários dias numa espécie de “corredor da morte”.
Já o diretor regional dos Recursos Florestais, Filipe Torres Tavares, explica que o abate dos animais foi feito de acordo com o programa definido pelo Governo Regional, tratando-se de uma ação planeada há algum tempo, garantindo que os técnicos do matadouro estiveram envolvidos, assim como o serviço de veterinária.
Segundo o responsável foi uma interação das várias entidades regionais responsáveis pelos abates na região.
Confrontado com a possibilidade de terem optado por outro tipo de controlo populacional, como a esterilização de animais ou separação de machos e fêmeas, o diretor regional afirmou ao Notícias ao Minuto que esta é uma pergunta que deve ser colocada aos governos anteriores.