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A tese foi apresentada na quarta-feira por responsáveis da Casa Branca. Os conselheiros de Vladimir Putin terão ocultado do Presidente russo as dificuldades das tropas russas durante a invasão da Ucrânia.
De acordo com o “The New York Times”, os relatórios secretos mostram que Putin não é informado corretamente sobre a guerra na Ucrânia.
Responsáveis da Casa Branca, citados pelo “Times”, dizem que estes documentos – que mostram a ocultação, por parte dos conselheiros, das dificuldades encontradas pelas forças russas – foram divulgados para mostrar a dimensão dos erros táticos adotados pelo Presidente com base em informação falsa.
“Temos informações de que Putin se sentiu enganado pelos militares russos, o que resultou numa tensão persistente entre o Presidente e a sua liderança militar”. Acreditamos que Putin está a ser mal informado pelos seus conselheiros sobre o desempenho insuficiente dos militares e de como a economia russa está a ser prejudicada por sanções. Isto, porque os seus conselheiros têm muito medo de lhe dizer a verdade”, disse a diretora de comunicações da Casa Branca.
Kate Bedingfield acrescentou que “parece cada vez mais claro que a guerra de Putin foi um erro estratégico, o qual deixou a Rússia mais fraca a longo prazo e cada vez mais isolada no cenário mundial”.
Soldados russos desmoralizados recusam-se a cumprir ordens
Também os serviços de informação do Reino Unido sinalizam haver soldados russos desmoralizados na Ucrânia, a desobedecer a ordens e a sabotar o próprio equipamento, tendo abatido acidentalmente um dos seus aviões.
Em declarações, esta quinta-feira, na capital australiana, Jeremy Fleming, que dirige a agência britânica de espionagem GCHQ, afirmou que Vladimir Putin, aparentemente, “julgou substancialmente mal” a invasão.
Segundo Fleming, “é evidente que ele [Putin] julgou mal a resistência do povo ucraniano. Ele subestimou a força da coligação que as suas ações iriam galvanizar. Subestimou as consequências económicas do regime de sanções, e sobrestimou as capacidades dos seus militares para assegurar uma vitória rápida”.
“Vimos soldados russos, com falta de armas e moral, recusarem-se a cumprir ordens, sabotarem o próprio equipamento e até a abaterem acidentalmente um dos seus aviões”, elencou.
Já a “operação de informação” do Presidente ucraniano merece elogios por parte de Fleming que a considera ser “altamente eficaz na luta contra a campanha maciça de desinformação da Rússia”.
Face às expetativas de que a Rússia ira lançar um grande ataque cibernético como parte da campanha militar, Fleming entende que tal movimento nunca foi uma parte central da estratégia padrão de Moscovo para a guerra.
As autoridades de segurança ocidentais parecem, assim, estar a colocar a responsabilidade pela invasão não provocada de fevereiro sobre Putin, que eles caracterizam como um líder dominante e isolado que está a tomar más decisões, em parte porque não recebe informações precisas ou opiniões honestas dos seus subordinados.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.189 civis e feriu 1.901, provocando a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.