O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, defende que as Unidades Locais de Saúde (ULS) devem poder fazer consultas para atender aos pedidos de aborto..
“Temos de mudar o modelo organizativo. Não há hoje nenhuma boa razão para que muitos centros de saúde não possam fazer consultas de Interrupção Voluntária da Gravidez”, declarou Pizarro, em entrevista à RTP, depois de a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) ter divulgado um relatório em que aponta falhas na resposta aos pedidos das utentes.
O ministro acrescentou que “no setor público, a esmagadora maioria dos casos é tratada com medicamentos e isso não precisa da intervenção de um hospital. É um caso em que a organização das ULS's pode permitir, confortavelmente, descentralizar um pouco a Interrupção Voluntária da Gravidez, aproximá-la das pessoas".
"Muitas vezes, o problema é haver uma percentagem muito grande dos profissionais de um serviço serem objetores de consciência e isso tenho respeitar”, apontou.
Um relatório da ERS, agora divulgado, conclui que há 15 hospitais públicos que não realizam a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) e que dois destes hospitais não garantem o encaminhamento para unidades que permitam uma resposta a tempo.
Entretanto, o Diário de Notícias revela esta quinta-feira que só 13% dos obstetras do SNS fazem interrupções voluntárias da gravidez. Profissionais de saúde objetores já serão quase mil.
De acordo com o jornal, em fevereiro havia apenas 81 médicos obstetras e ginecologistas disponíveis para realizar interrupções de gravidez em 31 hospitais.
[notícia atualizada às 7h00 de com dados avançadosmpelo DN]