Igreja promove dia de oração e de jejum pela Venezuela
21-07-2017 - 11:14
 • Agência Ecclesia

Os protestos nas ruas entre manifestantes e forças governamentais já provocaram, pelo menos, quatro mortos e mais de 80 feridos em dia de greve nacional.

A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) convocou para esta sexta-feira um dia de oração e de jejum pela liberdade, justiça e paz no país sul-americano, para “pedir a Deus que abençoe os esforços dos venezuelanos”.

Os bispos católicos recordam que a nível diocesano e paroquial foram realizadas outras iniciativas deste tipo, durante as quais “milhares de pessoas manifestaram a sua fé através de procissões, vigílias de oração, terços, para pedir a Deus o seu apoio neste momento crucial”.

A CEV lançou um apelo “urgente” ao Governo, exigindo que acabe com a “repressão desumana” das manifestações de protesto que decorrem no país sul-americano.

Os bispos pediram a anulação da Assembleia Nacional Constituinte, considerando esta proposta do Governo, em minoria no Parlamento, como “indigna” e “desnecessária”.

Os protestos nas ruas da capital da Venezuela entre manifestantes e forças governamentais já provocaram, pelo menos, quatro mortos e mais de 80 feridos em dia de greve nacional. Há ainda registo de 260 detidos.

O jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, destaca na sua edição a “gravíssima crise política e social” na Venezuela que está a levar “dezenas de milhares de pessoas” a deixar o país, em particular rumo ao Brasil.

A Cáritas Italiana decidiu enviar um donativo de 500 mil euros para a Venezuela, denunciando a “dramática” situação da população, afectada por uma crise económica e política.

De acordo com dados do Observatório da Cáritas Venezuela, com uma inflação já acumulada de 700%, a pobreza já afectou 82% da população.

Em 2016, mais de 11 mil crianças faleceram por falta de medicamentos e a mortalidade materna aumentou cerca de 70%, adianta a Cáritas.

Mais de 90 pessoas foram assassinadas na Venezuela desde Abril, no âmbito de protestos a favor e contra o Governo do Presidente Maduro.