O Presidente da Rússia classifica o encontro desta segunda-feira com o homólogo norte-americano como um "encontro de sucesso". Assim declarou Vladimir Putin ao lado de Donald Trump em Helsínquia, no final daquela que foi a primeira reunião oficial entre os dois líderes, apesar dos outros encontros que mantiveram à margem de outras cimeiras desde que Trump tomou posse em janeiro de 2017.
Na conferência de imprensa a seguir ao encontro à porta fechada, Putin criticou as atuais tensões que opõem o Ocidente ao seu Governo, que na sua opinião "não têm fundamentos objetivos".
Também declarou que "a Guerra Fria é uma coisa do passado", em referência a esse clima de tensão exacerbado por causa das suspeitas de ingerência russa em processos eleitorais nos EUA e na União Europeia e do envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal numa cidade do sul de Inglaterra com recurso a um agente nervoso da ex-URSS, o Novichok.
O encontro entre os dois líderes teve lugar dias depois de 12 alegados espiões russos terem sido formalmente indiciados nos Estados Unidos por ligações à campanha de ciberataques contra o Partido Democrata durante a corrida presidencial de 2016, que deu a vitória a Trump contra a rival democrata Hillary Clinton.
Pressionado sobre esse assunto, o líder norte-americano voltou a repetir que "não houve conluio" entre a sua campanha e o Kremlin, classificando as investigações em curso a cidadãos russos como "muito más" para o país e referindo que o homólogo russo "tem ideias" sobre o assunto que "são muito interessantes".
Aos jornalistas, Trump repetiu a ideia transmitida antes da reunião privada com Putin, quando referiu que as relações com Moscovo "nunca estiveram tão más como agora", para acrescentar que "isso mudou há quatro horas", quando os dois homens trocaram um aperto de mãos em Helsínquia.
Sobre o encontro, o Presidente norte-americano disse que serve para abrir uma nova era nas relações EUA-Rússia em matérias de importância global, como o ambiente, a economia e a segurança. Sobre a não-proliferação nuclear, Trump sublinhou: "Depois de hoje, estou certo de que a Rússia e o Presidente Putin querem acabar com esse problema".
Antes disso, o líder da Rússia ressaltou que os dois países devem cooperar mais no futuro, nomeadamente para trazer "paz e estabilidade à Síria" e para "regular o mercado energético mundial". Na reunião com Trump, acrescentou Putin, foi ainda discutida a questão do controlo de armamento, embora nada de concreto tenha sido avançado para já.