A subida das taxas de juro continua imparável. A presidente do Banco Central Europeu confirmou esta terça-feira um novo aumento em julho e com isso a pressão sobre as famílias vai manter-se.
O que justifica mais esta subida?
A inflação está a interferir com a economia e o combate ao problema ainda está longe do fim. É esse o argumento utilizado por Christine Lagarde. No seu discurso no fórum do BCE, em Sintra, Lagarde fala de uma escalada dos preços mais persistente do que o esperado.
Uma vez mais, porquê?
A imagem do chamado 'jogo do empurra' ajuda a entender. Christine Lagarde explicou que esta persistência resulta do facto de a inflação estar a repercutir-se na economia por fases. Se no início, eram as empresas a tentar salvaguardar as suas margens de lucro, agora estamos numa nova fase, relacionada com a adaptação dos salários à escalada dos preços. Consequência? Temos os diferentes agentes económicos a tentar transmitir os custos uns aos outros, o que faz com que este seja um problema ainda sem um fim à vista. Pelo menos no imediato.
Ou seja...
Eventualmente não teremos ainda atingido o pico da subida dos juros. Christine Lagarde lembrou que desde julho do ano passado, o BCE subiu a três taxas de referência em 400 pontos base, mas avisa que o impacto dessa subida ainda não é visível. Por isso, é improvável que, no curto prazo, o Banco Central sinta a confiança suficiente para dar como terminada a batalha contra a inflação.
Quais são as perspetivas?
A perspetiva mais realista aponta para um cenário em que as famílias vão continuar sob pressão até 2024 com mais subidas das taxas de juro. Essa é, de resto, a tendência percecionada pelos mercados
Quando é que esta batalha pode chegar ao fim?
O objetivo é chegar aos 2%, ou seja, a batalha vai terminar quando a inflação na Zona Euro estabilizar nos 2%. De acordo com o Eurostat, a taxa de inflação anual desceu, em maio, para os 6,1%. Daí a afirmação - ou o alerta - da presidente do BCE: "o trabalho ainda não está terminado".