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O número de casos de sarampo nos Estados Unidos aumentou para o nível mais alto dos últimos 25 anos. O fenómeno é atribuído, sobretudo, à má informação que está a levar muitos pais a não vacinarem as suas crianças.
Na quarta-feira, as autoridades de saúde de Nova Iorque reportaram 61 novos casos numa semana, fazendo aumentar para 667 o número total de pessoas afetadas em todo o país. É o mesmo valor que foi registado durante todo o ano de 2014.
O novo balanço já permite considerar 2019 como o pior ano em termos de sarampo desde 1994.
É no estado de Nova Iorque que a maior parte dos casos (dois terços) tem surgido, sobretudo em duas comunidades judaicas ultra-ortodoxas de Brooklyn e no condado de Rockland, onde o surto teve início.
Neste condado, as autoridades proibiram agora todos os doentes infetados de se deslocarem a locais públicos durante 21 dias. A multa para quem desrespeitar a lei é de dois mil dólares por dia.
A medida surge depois de uma tentativa frustrada para evitar a presença de crianças não vacinadas em sítios públicos. Mas apareceram mais 33 casos.
“Cinco pessoas ficaram nos cuidados intensivos, incluindo uma criança. É preciso esperar que alguém morra?”, questionou um responsável do executivo de Rockland.
O surto espalhou-se, entretanto, para outros estados norte-americanos. Em março, um homem que não sabia estar infetado, conduziu até ao Michigan e infetou mais 38 pessoas.
Nesta altura, são 20 os estados com casos de sarampo registados só neste ano, diz a CBS News. A maior parte é em pessoas não vacinadas contra a doença.
Duas universidades de quarentena
Na Califórnia, uma das declarações de emergência feitas no âmbito do surto de sarampo deveria expirar na noite de quinta-feira, mas foi estendida até 25 de maio, uma vez que foram confirmados mais 15 novos casos em menos de um mês.
E as autoridades locais confirmaram agora o primeiro caso num adulto.
Em todo o país, o surto de sarampo levou duas universidades a entrarem de quarentena. Mais de 200 estudantes e pessoal de duas universidades de Los Angeles foram colocados de quarentena por terem estado expostos à doença, não estarem vacinados ou não conseguirem verificar a sua imunidade.
A UCLA (University of Califórnia em Los Angeles) é uma das universidades afetadas.
O número de casos tem vindo a aumentar e as autoridades norte-americanas acreditam que fique por aqui, uma vez que se trata de uma doença muito contagiosa.
A tradição Judaica na época da Páscoa, com refeições partilhadas, leva a esperar que novos casos venham a surgir dentro de 10/15 dias – o período de incubação da doença.
Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA recomendam que a população com mais de um ano se vacine contra o sarampo. A vacina está disponível desde a década de 1960 e é considerada segura e eficaz. Por causa disso, a doença foi considerada erradicada no país no ano 2000.
Mas entretanto começaram a aparecer casos, na sequência de uma informação errada que se espalhou e que relacionava a vacina com o autismo.
Tal informação já foi por diversas vezes desmentida cientificamente, mas ainda não foi suficiente para reverter o número de casos que cada vez é maior em todo o mundo.
Também em Portugal, já se verificaram dois surtos. O país é, contudo, dos que tem maior adesão à vacinação.