O Presidente do Governo espanhol em exercício e candidato do PSOE, Pedro Sánchez, disse que optará pela investidura porque acredita que o seu partido "está em condições de combinar o necessário apoio parlamentar" para reformar um Governo progressista.
“Só existe uma maioria parlamentar possível, uma maioria progressista liderada pelo partido socialista. Não há outra alternativa senão reeditar um Governo de progresso que consolide o progresso destes quatro anos”, garantiu.
O comentário surge após o encontro com o Rei Felipe VI, que está a receber, esta terça-feira, os vários líderes partidários no palácio de Zarzuela.
Esta manhã reuniu-se com o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez e também com Santiago Abascal, líder do Vox. Já à tarde irá encontrar-se com o líder PP, Alberto Núñez Feijóo, que está a tentar reunir os apoios para uma possível investidura.
No encontro com Sanchéz, o presidente espanhol lembrou que os que sugeriram “derrotar a atual proposta não obtiveram os votos para materializar a sua opção. Assim fracassaram e foram derrotados nas urnas pela vontade maioritária da sociedade espanhola”.
Sánchez insistiu e referiu que os “esforços e contorções para optar pela investidura” do candidato Alberto Núñez Feijóo, do PP, “são totalmente legítimos, mas revelam-se um desperdício”.
Após ouvir todos os partidos, o rei Felipe VI irá indicar um candidato a primeiro-ministro, que para ser investido terá ainda de ser aprovado pelo plenário dos deputados.
Sobre isso, Pedro Sánchez afirma respeitar a decisão do monarca, independentemente do veredito final. “O PSOE continua fiel ao que diz a Constituição e ao que irá decidir o chefe de Estado”.
De recordar que nas eleições de 23 de julho, o PSOE, partido liderado por Sánchez ficou com 122 deputados (31,7%), tendo ainda assim mais dois deputados no hemiciclo do que em 2019 e alcançou quase mais 700 mil votos do que há quatro anos. Contudo, não foi suficiente, tendo o partido de Feijóo vencido as eleições - embora sem conseguir formar governo (conquistou 136 deputados, que equivalem a 33,04%).
Vox disposto a apoiar governo PP, mas sem "cordão sanitário"
A extrema-direita de Espanha apoiará no parlamento um eventual governo de direita no país se o Partido Popular (PP) não colaborar no "cordão sanitário contra o Vox", disse esta terça-feira o líder desta formação política, Santiago Abascal.
O Vox "está na disposição" de votar favoravelmente no parlamento a investidura como primeiro-ministro do líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, se o chefe de Estado de Espanha, o Rei Felipe VI, indicar este nome para o cargo, na sequência das eleições legislativas de 23 de julho, disse Santiago Abascal.
O líder do partido de extrema-direita acrescentou que, porém, essa disposição está "condicionada a que o Partido Popular não colabore de nenhuma forma" com "o cordão sanitário que se pretende levantar contra o Vox".