O PS quer que o Governo tome medidas para a garantir a cibersegurança das estruturas e equipamentos para a preparação e realização das próximas eleições, europeias e legislativas, em Portugal, segundo o projeto e resolução entregue no parlamento.
O projeto vai ser discutido, por marcação do PS, no plenário da Assembleia da República na próxima quarta-feira, devendo a resolução ser votada depois do debate.
Na resolução, que não é uma lei e funciona como recomendação ao executivo, os socialistas propõem, tal como José Magalhães já tinha defendido em entrevista à Lusa, o alargamento do consórcio Internet Segura, com a criação de um balcão de apoio aos cidadãos, e "incentivar a promoção de conteúdos contra a desinformação de empresas e órgãos" de comunicação social.
O PS quer ainda que seja assegurada "a transparência dos algoritmos das plataformas digitais" e "promover a literacia mediática", designadamente nas escolas, incluindo módulos sobre desinformação no projeto educa.rtp.pt, por exemplo.
Outro dos objetivos é garantir "a participação dos media portugueses em campanhas nacionais e internacionais de informação sobre as formas que assume a falsificação noticiosa".
Uma das primeiras propostas é a divulgação e debate da tradução em português do plano de ação contra a desinformação aprovado pela Comissão Europeia, em dezembro de 2018, e das resoluções da assembleia parlamentar do Conselho da Europa, de janeiro de 2019.
As'fake news', comummente conhecidas por notícias falsificadas, desinformação ou informação propositadamente falsificada com fins políticos ou outros, ganharam importância nas presidenciais dos EUA que elegeram Donald Trump, no referendo sobre o 'Brexit' no Reino Unido e nas presidenciais no Brasil, ganhas pelo candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro.
O Parlamento Europeu quer tentar travar este fenómeno nas europeias de maio e, em 25 de outubro de 2018, aprovou uma resolução na qual defende medidas para reforçar a proteção dos dados pessoais nas redes sociais e combater a manipulação das eleições, após o escândalo do abuso de dados pessoais de milhões de cidadãos europeus.