O número de trabalhadores abrangidos por contratação coletiva voltou a aumentar 10% em 2018 face ao ano anterior, ultrapassando 900 mil, revelam dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social que serão divulgados esta segunda-feira.
Os dados a que a Lusa teve acesso e que serão publicados pela Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT) mostram que, no ano passado, foram publicadas 220 convenções coletivas (contra 208 em 2017), o número mais elevado desde 2010.
O número de convenções coletivas (contratos coletivos de trabalho, acordos coletivos e acordos de empresa negociados entre empregadores e representantes dos trabalhadores) tem vindo a aumentar desde 2016, ano em que se situou em 146 abrangendo perto de 750 mil trabalhadores. Em 2017 o número de trabalhadores subiu 10%, para 821 mil.
"Estes dados são o reflexo de uma trajetória de recuperação sustentada da negociação coletiva que temos vindo a conhecer ao longo dos últimos anos", disse o secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita.
Segundo defendeu o governante, a recuperação acontece depois de um período de queda durante os anos da 'troika', em que "a confiança ficou muito abalada" e houve "alterações de enquadramento na negociação coletiva, nomeadamente nas portarias de extensão, que constituíram uma ação política expressa de desincentivo à negociação".
Quanto às matérias que são negociadas nas convenções, o secretário de Estado disse que, no terceiro trimestre de 2018, os aumentos salariais definidos na negociação coletiva foram em média de 3,4%.
Apesar de o número de trabalhadores abrangidos estar a recuperar desde 2014, está ainda longe do registado há sete anos, quando era de 1,2 milhões.