O PAN pediu esta terça-feira à Câmara Municipal do Porto para acionar o plano de contingência para a vaga de frio para pessoas em situação de sem-abrigo, considerando que a sua ativação não pode obedecer a um critério "único e rígido".
"Na sequência da Câmara Municipal de Lisboa ter anunciado que irá acionar um plano de contingência para pessoas em situação de sem-abrigo devido ao frio, entre os dias 24 e 29 de janeiro e tendo em conta que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê para o Porto nesses dias temperaturas mínimas semelhantes e até inferiores a Lisboa, a Comissão Política Concelhia do Porto insta o executivo municipal no Porto a atuar junto das pessoas em situação de sem-abrigo", referiu o partido, em comunicado.
A pretensão do PAN é justificada pelo facto de à baixa de temperatura se associar um "vento gélido e uma variação da humidade incomuns" para esta altura do ano.
O partido considera "positivo" que a autarquia, liderada pelo independente Rui Moreira, ative o plano de contingência sempre que as temperaturas mínimas se situem abaixo dos 3ºC durante três dias consecutivos, contudo, entende que não pode haver um "critério único e rígido".
Na opinião do PAN, a Câmara Municipal do Porto deve pautar-se por políticas "mais humanistas e menos rígidas e dar uma resposta mais empática" às pessoas que vivem na cidade em situação de sem-abrigo.
Na nota enviada às redações, o partido lembra que as pessoas em situação de sem-abrigo estão "extremamente vulneráveis" e, com estas condições atmosféricas, "até eventualmente em perigo de vida".
Contactada pela agência Lusa, fonte da Metro do Porto adiantou que a empresa mantém a disponibilidade para abrir uma estação durante a noite, assim que o Serviço Municipal de Proteção Civil o entender.
Já na semana passada, o BE tinha questionado a Câmara do Porto sobre a ativação do plano de contingência para a vaga de frio e sobre o reforço da distribuição de comida, bebidas quentes e roupa.
Questionada pela Lusa, a Câmara do Porto repetiu a resposta que havia dado na semana passada, nomeadamente que o plano de contingência para as pessoas em situação de sem-abrigo devido à vaga de frio será ativado "sempre que as temperaturas mínimas se situem abaixo dos 3ºC durante três dias consecutivos".
Na segunda-feira, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) estendeu o aviso amarelo para oito distritos do continente até quinta-feira devido à previsão de tempo frio, mantendo-se nos outros 10 até quarta-feira.
Os distritos de Bragança, Viseu, Évora, Guarda, Vila Real, Beja, Castelo Branco e Portalegre vão estar assim sob aviso amarelo até às 06:00 de quinta-feira devido à persistência de valores baixos da temperatura mínima.
Até às 07h00 de quarta-feira mantêm-se sob aviso amarelo por causa do frio os distritos do Porto, Faro, Setúbal, Santarém, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga.
O aviso amarelo, o terceiro menos grave, é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
De acordo com o IPMA, o tempo frio, que deverá manter-se até ao final da semana, é causado por um anticiclone localizado no norte da Europa, estendendo-se em crista até ao Atlântico", transportando "uma massa de ar frio continental para a Península Ibérica".