O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) diz que não há razões para as dúvidas e receios das associações ambientalistas e das plataformas cívicas, que já anunciaram que vão recorrer do relatório ambiental que viabiliza o futuro aeroporto do Montijo.
Em declarações à Renascença, Nuno Lacasta garante que esta Declaração de Impacto Ambiental (DIA) "é uma versão melhorada de outra proposta que havia sido retirada pelo proponente [ANA Aeroportos], por não estar em condições técnicas que permitissem a sua avaliação".
Por exemplo, "no caso da avifauna, foi possível encontrar áreas de nidificação e alimentação para assegurarmos que o estuário do Tejo permanece como uma zona rica em avifauna", sublinha o responsável da APA.
O pacote de medidas de compensação contempla "montantes que garantem que os terrenos em questão, ou são adquiridos ou alugados, para que as aves continuem a utilizar este espaço".
Já no que toca ao ruído, "será utilizado um pacote financeiro entre 15 e 20 milhões de euros para avançar com medidas de isolamento acústico nos edifícios afetados pelo tráfego aéreo".
Nuno Lacasta fala em "medidas sem precedentes, mas que é importante pôr em cima da mesa para assegurar que os valores ambientais sejam preservados".
Outra das preocupações prende-se com a segurança da própria infraestrutura, uma vez que o aeroporto do Montijo vai ser construído nas imediações do leito de cheia do Tejo.
Nuno Lacasta garante que "o projeto contempla uma elevação de cinco metros da zona sujeita a esse efeito de inundação", bem como o "efeito, a longo prazo, de uma eventual subida do nível das águas do mar, em resultado das alterações climáticas".
Questionado sobre a possibilidade de atraso nos prazos estabelecidos pelo Governo para a execução da obra e posterior inauguração do futuro aeroporto do Montijo, Nuno Lacasta prefere referir que "o mais importante é confirmar que, do ponto da análise ambiental, a decisão está tomada dentro dos prazos".
Cabe, agora, à ANA Aeroportos "preparar as peças técnicas para uma análise que decorrerá no prazo de 50 dias, depois de entregues".
Só depois dessa fase, a obra poderá arrancar.