O CDS admite chamar o primeiro-ministro à Comissão Parlamentar que vai apurar responsabilidades políticas no furto e na recuperação das armas de Tancos.
A proposta dos centristas para a criação da Comissão - que vai ser votada na sexta-feira, mas tem já aprovação garantida - delimita a investigação parlamentar ao período de junho de 2017, quando foi conhecido o furto do armamento, até agora, para "identificar e avaliar os factos, os atos e as omissões" do Governo no processo.
Em declarações à Renascença, o líder parlamentar Nuno Magalhães admite vir a chamar António Costa.
“Há atos do Governo, atos ou omissões do ministro da Defesa que tem um chefe máximo que é o primeiro-ministro. Portanto eu não posso de maneira nenhuma excluir, não posso já anunciar porque isso seria começar pelo teto, temos que proceder a um conjunto de audições para tentar perceber o que realmente aconteceu, mas no caso do primeiro-ministro não posso excluir essa possibilidade”, argumenta.
O deputado centrista garante que o objetivo da Comissão não é diminuído pelas demissões do ministro da Defesa e do chefe de Estado Maior do Exército, uma vez que a ideia é apurar responsabilidades de todo o Governo.
“Conhecimento, envolvimento e ao mesmo tempo da competência ou da falta dela que o Governo no seu todo teve, não só para não evitar o assalto, como depois durante toda a gestão do processo que foi absolutamente catastrófica”, conclui.
O furto de material militar dos paióis de Tancos - instalação entretanto desativada - foi revelado no final de junho de 2017. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.
As armas apareceram depois em outubro de 2017, na Chamusca.