Luís Montenegro. "Esta é a altura de nos reconciliarmos com os pensionistas"
21-01-2024 - 19:32
 • Diogo Camilo

No encerramento da Convenção da Aliança Democrática, o líder do PSD deixou o aviso que a campanha eleitoral não é um leilão, mas uma sessão de esclarecimento.


Luís Montenegro quer fazer as pazes com os pensionistas do país e quer descansar quem tem receio de votar na Aliança Democrática, não esquecendo de dar oportunidades aos mais jovens.

No encerramento da convenção da Aliança Democrática, o líder do PSD deixou um primeiro objetivo da coligação com o CDS e o PPM: "transformar para melhor a vida dos portugueses". Entre as medidas anunciadas, prometeu uma reforma fiscal que passa por baixar o IRC, cortar o IMT na compra de primeira habitação e uma taxa máxima de 15% de IRS até aos 35 anos.

"É preciso uma nova forma de fazer política", disse, indicando que esta terá a "seriedade de não prometer aquilo que sabemos que não podemos cumprir" e que a campanha não é um leilão, mas sim uma sessão de esclarecimento.

"O governo não é um laboratório de experimentalismo. Não se governa com voluntarismos imaturos", afirmou, depois de acusar Pedro Nuno Santos de prometer fazer aquilo que não foi capaz quando estava no Governo de António Costa, considerando o último executivo "um dos mais incompetentes que tivemos em Portugal".

Juras de amor aos pensionistas e aos jovens

Definindo as preocupações dos mais velhos como "prioridade absoluta" e a fixação dos mais jovens em Portugal como "desígnio nacional", com uma palavra especial para as mulheres, Montenegro deixou poucas pessoas fora do seu discurso.

"Temos de dar aos pensionistas e aos mais velhos a atenção que merecem. Esta é a altura de nos reconciliarmos com os pensionistas e com os reformados de Portugal. Sei que alguns deles têm receio em votar em nós", admitiu, lembrando o legado de Cavaco Silva ao criar o 14.º mês.

Montenegro referiu ainda o país falhará enquanto nação se não der mais oportunidades profissionais e melhores salários aos jovens que decidirem permanecer no país.

"Temos de parar com a fuga do nosso talento para o estrangeiro. Temos de acabar com este crime social de não conseguirmos fixar em Portugal os nossos jovens e não tirarmos deles o fruto do esforço que eles próprios tiveram quando se qualificaram", afirmou, apontando que esta não é uma questão partidária, mas um desígnio nacional.

"Amarrar as pessoas aos subsídios": Montenegro desmonta o "esquema do socialismo português"

O líder do PSD acusou ainda o PS e o seu líder, Pedro Nuno Santos, de quererem que os portugueses paguem o máximo de impostos para empobrecer as pessoas e as “amarrar aos subsídios”.

“É importante que os portugueses saibam que o PS e o seu candidato querem subtrair às pessoas, às famílias e às empresas o máximo de impostos. Mas querem fazer isso para quê? Querem fazer isso para depois as amarrarem aos subsídios e às ajudas”, afirmou.

Luís Montenegro discursava no encerramento da “Convenção por Portugal”, uma iniciativa da Aliança Democrática (AD), coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM nas próximas eleições legislativas de 10 de março, que decorreu em Cascais, no distrito de Lisboa.

O líder social-democrata afirmou que o objetivo dos socialistas é “empobrecer para enfraquecer, enfraquecer para amarrar, amarrar para perpetuar”.

“Este é o esquema do socialismo português da atualidade”, criticou.

Montenegro afirmou que o seu adversário, Pedro Nuno Santos, “é contra a baixa de impostos” e “nisso está a ser coerente”: “Não é um daqueles casos onde promete fazer o contrário daquilo que fez, nem é um daqueles casos onde de repente ele diz exatamente o contrário daquilo que dizia antes”.

“Nós entendemos a descida dos impostos fundamental para dar melhor capacidade à classe média, melhor rendimento e, portanto, melhores salários às pessoas, para elas poderem ter aqui os seus projetos, e defendemos menos impostos sobre as empresas, para haver mais investimento, mais inovação, mais competitividade”, salientou, apontando que “o PS acha o contrário”.

Na sua intervenção, o líder social-democrata dirigiu-se também ao antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, que apareceu de surpresa na convenção, para lhe dizer que “é muito bem-vindo neste regresso a casa”.